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Não houve dia em que a palavra “deturpação” não tenha estado presente na campanha do PSD. Segundo Rui Rio, terá sido isso que “os homens do marketing que o PS resolveu contratar” terão aconselhado para chegarem à vitória.
E uma das deturpações que António Costa insistiu em trazer para a campanha, na opinião do líder social-democrata, foi o encostar do PSD ao Chega. Mas Rio foi analisar a forma como socialistas votaram no Parlamento nos últimos dois anos e a história parece ser diferente.
“Chega e PS votaram 1.180 vezes da mesma forma nestes dois anos”, anunciou num comício. “O PS não é o inimigo do Chega. Quantos mais votos houver no Chega, mais facilmente o Dr. António Costa continua como primeiro-ministro”, clarificou também.
Em balanço, poder-se-á dizer que a opção do PSD em não fazer campanha à noite deixou o líder socialista a falar sozinho durante várias horas sem contraditório. Rio prometeu não entrar em pingue-pongue, mas pela forma como a sua campanha foi desenhada não lhe restou outra alternativa.
Pontos positivos: mobilização das estruturas, tanto espontânea – nas zonas tradicionalmente PSD – como organizada, sobretudo nos distritos que costumam votar mais à esquerda.
E foi uma campanha que não cometeu deslizes. Talvez por isso tenha também sido uma campanha em crescendo: basta recordar que o PSD entrou com as sondagens colocando Rui Rio 10 pontos atrás de António Costa; duas semanas, depois está tudo em aberto.