O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defende o endurecimento de sanções contra a Coreia do Norte no seguimento do disparo de um míssil balístico no sábado, que caiu a 500 quilómetros da fronteira russa.
"Que esta nova provocação seja um apelo a todas as nações para implementar sanções mais fortes contra a Coreia do Norte", lê-se num comunicado de imprensa divulgado esta tarde pela Casa Branca, que acrescenta que o míssil caiu "tão perto do solo russo que o Presidente não pode imaginar que a Rússia esteja contente".
A União Europeia considera que o disparo de um míssil balístico pela Coreia do Norte é "uma ameaça à paz e segurança internacional" e representa uma escalada da tensão na região.
"Este disparo e o anterior constituem uma ameaça à paz e segurança internacionais e agravam ainda mais as tensões na região, num momento em que é desnecessária uma escalada", disse um porta-voz, citado pela AFP.
Também a China e a Rússia já reagiram, mostrando-se "preocupadas com a escalada de tensão" na península coreana, após o lançamento de um míssil pela Coreia do Norte em violação das resoluções da ONU, afirmou o Kremlin.
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, "discutiram em detalhe a situação na península coreana" durante um encontro, em Pequim, e "as duas partes exprimiram a sua preocupação para com uma escalada de tensão", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.
A Coreia do Norte disparou no sábado (hoje, na península coreana) um míssil balístico, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, citada pela AFP.
"O exército norte-coreano disparou um projéctil não identificado a partir da sua base de Kusong, na província de Norte Pyongan", declarou um alto representante do exército sul-coreano em comunicado, sem adiantar mais detalhes.
A agência de notícias Yonhap afirma, no entanto, que o projéctil se trata, sem dúvida, de um míssil balístico, adiantou a AFP.
O míssil foi lançado pelas 05h30 locais (21h30 de sábado em Lisboa), e percorreu cerca de 700 quilómetros, declarou um alto representante do exército sul-coreano em comunicado, que não especifica de que tipo de míssil se trata.
"A Coreia do Sul e os EUA estão em vias de iniciar análises para recolher mais informações sobre este míssil", esclarece o comunicado.
Este é o segundo disparo de um míssil levado a cabo pelo regime de Pyongyang em cerca de duas semanas, e o primeiro depois da eleição de Moon Jae-In para a presidência da Coreia do Sul na passada semana.
O novo chefe de Estado sul-coreano deverá ter uma reunião de urgência com os conselheiros de segurança, precisou o seu porta-voz.
A península coreana tem vivido ultimamente um clima de tensão crescente, com uma retórica cada vez mais agressiva do lado dos EUA e da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte já desencadeou dois testes nucleares e disparou uma dúzia de mísseis desde 2016, enquadrados no objectivo de possuir um míssil balístico intercontinental nuclear que lhe permita atingir território norte-americano.
Apesar de Washington já ter sugerido que todas as opções estão em cima da mesa relativamente a este dossier, incluindo a opção militar, o presidente Donald Trump suavizou recentemente o discurso, afirmando que seria uma honra encontrar-se com o líder norte-coreano Kim Jong-Un.