Uma nova e mais precisa versão do mapa de toda a matéria no Universo foi divulgado esta terça-feira e mostra que a matéria não é tão homogénea como se pensava.
Em três ensaios publicados na revista científica Physical Review D., no qual estiveram envolvidos mais de 150 investigadores do projeto Dark Energy Survey e dados recolhidos Telescópio do Pólo Sul, na Antártida.
Uma das revelações deste novo mapa são os indícios de que "pode haver algo que falta" no modelo cosmológico padrão, que se baseia no princípio de que o Universo é homogéneo em grande escala, o que sugere que a matéria não é tão aglomerada quanto o atual modelo do Universo prevê.
Ao revelar como seria a matéria nos primórdios do cosmos, chamada radiação escura ou radiação cósmica de fundo, quando não existiam galáxias, estrelas e planetas, o novo mapa pode dar a cientistas uma melhor compreensão sobre como o Universo evoluiu ao longo dos tempos.
Após o Big Bang, há cerca de 13,8 mil milhões de anos, o universo começou a expandir-se e a sua matéria, na forma de hidrogénio e hélio, arrefeceu, levando à formação das primeiras estrelas, que por sua vez deram origem a elementos mais pesados e à formação de planetas e galáxias, a chamada matéria visível.
Com a criação de um mapa de toda a matéria, cientistas tentam “compreender as forças que moldaram a evolução do Universo", em que cerca de 70% é energia escura, que leva à expansão do Universo, apenas 5% é matéria visível e 25% é matéria escura, que não é diretamente observável mas inferida pelo efeito gravitacional exercido sobre a matéria visível.