Paulo Sérgio reage ao inquérito. "É uma afronta e envergonha-me"
28-04-2022 - 12:45
 • Eduardo Soares da Silva

Conselho de Disciplina abriu um processo de inquérito ao Portimonense, após a derrota frente ao FC Porto, por 7-0.

Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, sente-se envergonhado e considera uma "afronta" o processo de alegado favorecimento em favor do FC Porto, aberto pelo Conselho de Disciplina na última noite.

"Envergonha-me, é uma afronta haver alguém que possa colocar a hipótese de eu alinhar nesse tipo de jogadas. O meu passado fala por mim, o facto de levantarem essas dúvidas e suspeitas envergonham-me", começou por dizer.

O técnico do Portimonense garante que subiu a pulso e lamenta tais suspeitas de pessoas com responsabilidade no futebol.

"Sinto-me envergonhado haver alguém com responsabilidades no futebol, alguns que me conhecem bem, pensarem sequer que poderia entrar neste tipo de situações, que se calhar muitos deles andaram envolvidos uma vida inteira. Tenho família, pais, é uma vergonha ver-me associado a suspeitas desta natureza. Fala mais dessas pessoas do que de mim. Subi a pulso e por cá ando", explica.

Sobre a rotação no jogo com o FC Porto, que terminou com a derrota por 7-0 e que motiva o inquérito, Paulo Sérgio sublinha as explicações que deu nos últimos dias e acredita que a manutenção, garantida no jogo seguinte com vitória ao Moreirense, "está a fazer mal a muita gente".

"Já disse o que tinha a dizer sobre o assunto, basta verem que nem o banco tinha completo. Tinha dois guarda-redes e ainda tinha espaço para mais um jogador. Percebem facilmente o que tinha disponível. Não vou justificar mais, a vitória em casa com o Moreirense carimbou o que foi o nosso objetivo e isso parece que está a fazer mal a muita gente", terminou.

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol abriu um processo de inquérito ao Portimonense. Em causa a partida no Dragão em que os algarvios perderam por 7-0.

Nesse jogo, o Portimonense fez várias poupanças, para além de castigos e lesões. A SAD do Portimonense queixa-se de “ataque feroz, impiedoso e infundado”.

A SAD lembra que os “acionistas cumprem escrupulosamente com as suas obrigações financeiras e têm como prioridade o engrandecimento das instalações de trabalho para a prática do futebol".

O treinador explicou as alterações, no fim do jogo e nos dias que se seguiram: "Falam em sete poupanças e é pura maldade. William estava suspenso três jogos, Possignolo suspenso por cartão vermelho no jogo anterior, Wellington suspenso, Pedrão não treinou com receio de lesão muscular".

"Quem eu segurei no banco foi o Samuel, com quatro amarelos, o Ivan Angulo, com quatro amarelos, e segurei o miúdo Relvas, que é um central que utilizo como lateral esquerdo desde a venda do Fali. É muita desonestidade intelectual", termina.

Depois da derrota com o FC Porto, o Portimonense venceu o Moreirense na jornada seguida e praticamente fechou as contas da permanência