O bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo, emitiu uma nota pastoral em que aborda o desconfinamento e dá indicações que devem ser observadas nas diversas paróquias da diocese.
O prelado começa por manifestar “o regozijo pela reabertura das celebrações da fé à participação dos fiéis, tão ansiada e desejada”, dando “graças a Deus pela possibilidade de celebrar a Páscoa em comunidade, depois da experiência tão dolorosa do último ano em que tal não foi possível”.
Depois, D. António Augusto alerta que na reabertura do culto público devem ser cumpridas as orientações da CEP, do passado dia 8 de maio, e as recomendações das autoridades sanitárias”, recordando que no anterior desconfinamento “as comunidades deram provas de uma boa capacidade de organização e os cristãos mostraram um comportamento exemplar”.
“Desta vez é necessário manter todos os cuidados e agir com responsabilidade para não contribuir para o agravamento da situação pandémica”, sublinha o bispo de Vila Real.
Na nota pastoral enviada à Renascença, o responsável pela diocese transmontana desaconselha “qualquer forma de aglomeração de pessoas que possa constituir algum tipo de risco”.
Nesse sentido, apesar da quadra pascal ser rica de tradições, este ano, D. António Augusto indica que devem evitar-se “procissões e outras expressões de piedade popular, como as visitas pascais e a saída simbólica de cruzes”.
Em relação à celebração do sacramento da reconciliação com confissão individual, o bispo de Vila Real assinala que deve ser “celebrado com os maiores cuidados em termos sanitários”, pedindo aos sacerdotes que reservem “tempo para atender os penitentes”, desaconselhando “celebrações com muitas pessoas”.
Já em relação ao reinício da catequese presencial, D. António Augusto entende que deve acontecer apenas no “período posterior à Páscoa, tendo em conta a reabertura progressiva das escolas nos vários ciclos”, observando que “para a catequese e outras atividades pastorais deve ser ponderada a possibilidade ou vantagem de se realizarem por meios digitais”.
"No domingo de Páscoa os sinos toquem festivamente ao meio-dia"
O bispo da Diocese de Vila Real sublinha ainda “a necessidade do reforço das expressões de caridade, quer na ajuda concreta às pessoas e famílias mais necessitadas, quer no apoio às instituições eclesiais na linha da frente solidária”, nomeadamente as cáritas, centros sociais paroquiais, misericórdias e outras IPSS’s.
Na nota pastoral, D. António Augusto apela também às comunidades cristãs da diocese para que “reforcem os laços da sua unidade, comunhão e fraternidade”.
“Na fase difícil que estamos a viver, e que ainda se prolongará, é necessário dar mais atenção e apoio humano e espiritual às pessoas mais marcadas pela doença, pela solidão ou outro tipo de problemas”, afirma D. António Augusto.
O bispo de Vila Real endereça, depois, “uma palavra de ânimo aos doentes, uma palavra de reconhecimento aos cuidadores, quer estejam nos hospitais, nas instituições ou em casa”, “uma palavra de encorajamento aos trabalhadores e aos empresários em maiores dificuldades” e “uma palavra de conforto às famílias enlutadas”.
Devido a crise pandémica, este ano não haverá visita pascal na diocese, por isso, D. António Augusto, aconselha a uma “forte vivência pascal”, com “menos expressões exteriores, mas enriquecida pela oração pessoal e familiar”, sugerindo que “no domingo de Páscoa os sinos toquem festivamente ao meio-dia e que as famílias façam uma oração à volta da mesa, tendo uma cruz no centro”.
A concluir a nota pastoral, o bispo de Vila Real dirige a “todos uma renovada mensagem de confiança e esperança”.
“Acreditamos que Aquele que carregou a cruz até ao calvário e deu a vida por nós, está connosco nesta hora difícil. Temos a firme esperança que Jesus Cristo, morto e ressuscitado, nos abre horizontes de futuro, de salvação e vida mais plena”, conclui o prelado.