Um duche gasta 15 litros de água por minuto, mas se a opção for um banho de imersão, o consumo pode atingir os 200 litros deste líquido cada vez mais precioso, sobretudo num país que vive em situação de seca.
Esta é uma das informações que constam dos folhetos que se encontram cada vez mais em quartos de hotel e que pretendem incentivar à poupança de água. A reutilização de lençóis e toalhas de banho é outra medida de poupança de água, energia, detergentes e, portanto, amiga do ambiente.
Para alguns hotéis a ideia não era novidade, mas outros aderiram à campanha “We care about water”, lançada o ano passado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) em pleno período de seca extrema. É uma das iniciativas do programa de sustentabilidade da associação, HOSPES.
Por enquanto não há estatísticas nacionais, mas a AHP refere a média internacional de consumo de água por hóspede em cada noite: 345 litros. Apesar de não ser recente e de nos últimos anos o sector estar cada vez mais sensibilizado para comportamentos sustentáveis e responsáveis, “a média não deverá ser muito inferior”, refere a secretária-geral da AHP, Cristina Siza Vieira.
Nos hotéis de cidade o consumo é tendencialmente mais baixo, mas quando se olha para estabelecimentos com piscinas, spas, ginásios e jardins, o consumo cresce significativamente.
Pelo contrário, um hotel com elevada eficiência energética e sustentável, pode consumir cerca de 160 litros por hóspede e por noite. E existem vários exemplos de boas práticas em Portugal.
Este ano e no Dia Mundial da Água, a associação reforçou o apelo. Cristina Siza Vieira não tem dados concretos sobre o impacto da campanha “We care about water” neste primeiro ano, mas frisa que o objetivo é consciencializar as pessoas. Ainda assim, diz que os associados têm referido bons resultados.
A poupança e a eficiência são mais fáceis nos hotéis novos ou reconstruídos, dotados de equipamentos que ajudam a melhores resultados. Por exemplo, reutilização das águas, redução do fluxo nas torneiras, instalação de chuveiros em vez de banheiras. “Daí a necessidade de financiamento para a reciclagem e reconstrução”, refere a responsável da AHP.
Mais de metade do território do continente está em seca moderada e 5% em seca severa, anunciou esta semana o ministro da Agricultura, Capoulas Santos.
O Governo já está a pré-contratar camiões de abastecimento de água para o caso de serem precisos e que este mês será lançado um programa de reutilização de águas residuais tratadas.