O líder parlamentar do PCP afirmou esta quinta-feira que a decisão do Presidente da República de indigitar Passos Coelho como primeiro-ministro "traduz uma postura de confronto e desrespeito pela Constituição da República Portuguesa".
"Esta decisão é inaceitável, revela absoluto desprezo pela vontade expressa pelo povo português nas eleições de 4 de Outubro e total ausência de imparcialidade", declarou João Oliveira, nos Passos Perdidos do parlamento.
Segundo o deputado comunista, Cavaco Silva colocou-se "totalmente ao serviço do PSD e do CDS, cuja acção governativa os portugueses quiseram ver interrompida".
"O Presidente é inteiramente responsável e terá de assumir todas as consequências pela instabilidade que cria e resultará desta decisão", acrescentou, relativamente à hipótese de um eventual executivo em gestão acaso o novo Governo venha a ser "chumbado" na Assembleia da República.
João Oliveira reiterou a intenção do seu grupo parlamentar de apresentar uma moção de rejeição do programa do futuro Governo PSD/CDS-PP.
Cavaco Silva considerou que, apesar do Governo PSD/CDS-PP poder não assegurar inteiramente a estabilidade política necessária, "a alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas" teria consequências financeiras, económicas e sociais "muito mais graves".