A ministra dos Assuntos Parlamentares Ana Catarina Mendes reconhece que há problemas de tráfico humano em Portugal e diz ser inadmissível que as autarquias não fiscalizem os sítios onde os imigrantes estão a morar, em muitos casos sem condições dignas.
“Acho inadmissível que as Câmaras Municipais se demitam de uma função que têm na lei, que é da fiscalizar o número de pessoas que vivem em cada uma das habitações e as condições em que vivem”, afirmou a governante, em declarações à CNN Portugal, na quarta-feira à noite.
Ana Catarina Mendes dá dois exemplos: “Quer na Mouraria, quer em Alcochete esta fiscalização tem de ser feita”.
O presidente da Câmara de Lisboa é Carlos Moedas, eleito pela coligação PSD/CDS-PPMPT/PPM/Aliança. Já em Alcochete, o presidente é Fernando Pinto, eleito pelo PS.
Contactada pela Renascença, a Câmara de Lisboa não comenta, por agora, as críticas de Ana Catarina Mendes. O vice-presidente da autarquia da capital, Filipe Anacoreta Correia, mostrou-se indisponivel para prestar esclarecimentos sobre o assunto, remetendo para mais tarde a possibilidade de uma reação por parte da autarquia.
A Renascença procura também a reação da autarquia de Alcochete, mas até agora sem sucesso.
No fim de junho, em Alcochete, as autoridades levaram a cabo uma operação na qual identificaram 243 imigrantes. Na altura, a reportagem da Renascença identificou que muitos viviam em condições difíceis.
Em fevereiro deste ano, na Mouraria, morreram duas pessoas e 14 ficaram feridas num incêndio que deflagrou numa habitação onde residiam cerca de duas dezenas de pessoas.
[notícia atualizada às 9h20]