Imigrantes. ​Governo critica autarquias que “se demitem” de fiscalizar sobrelotação nas casas
06-07-2023 - 08:33

Ministra dos Assuntos Parlamentares dá como exemplo Mouraria, em Lisboa, ou Alcochete, e reconhece que há um problema de tráfico humano em Portugal. Câmara de Lisboa recusa, para já, comentar as críticas de Ana Catarina Mendes.

A ministra dos Assuntos Parlamentares Ana Catarina Mendes reconhece que há problemas de tráfico humano em Portugal e diz ser inadmissível que as autarquias não fiscalizem os sítios onde os imigrantes estão a morar, em muitos casos sem condições dignas.

“Acho inadmissível que as Câmaras Municipais se demitam de uma função que têm na lei, que é da fiscalizar o número de pessoas que vivem em cada uma das habitações e as condições em que vivem”, afirmou a governante, em declarações à CNN Portugal, na quarta-feira à noite.

Ana Catarina Mendes dá dois exemplos: “Quer na Mouraria, quer em Alcochete esta fiscalização tem de ser feita”.

O presidente da Câmara de Lisboa é Carlos Moedas, eleito pela coligação PSD/CDS-PPMPT/PPM/Aliança. Já em Alcochete, o presidente é Fernando Pinto, eleito pelo PS.

Contactada pela Renascença, a Câmara de Lisboa não comenta, por agora, as críticas de Ana Catarina Mendes. O vice-presidente da autarquia da capital, Filipe Anacoreta Correia, mostrou-se indisponivel para prestar esclarecimentos sobre o assunto, remetendo para mais tarde a possibilidade de uma reação por parte da autarquia.

A Renascença procura também a reação da autarquia de Alcochete, mas até agora sem sucesso.

No fim de junho, em Alcochete, as autoridades levaram a cabo uma operação na qual identificaram 243 imigrantes. Na altura, a reportagem da Renascença identificou que muitos viviam em condições difíceis.

Em fevereiro deste ano, na Mouraria, morreram duas pessoas e 14 ficaram feridas num incêndio que deflagrou numa habitação onde residiam cerca de duas dezenas de pessoas.

[notícia atualizada às 9h20]