Os sucessivos pacotes de "sanções à Rússia nunca tiveram como objetivo parar a guerra", destacou esta quarta-feira o ministro português dos Negócios Estrangeiros, indicando que a União Europeia (UE) está "a trabalhar num décimo pacote".
A informação foi avançada por João Gomes Cravinho aos jornalistas à margem do Seminário Diplomático, que decorre hoje e amanhã no Museu do Oriente, em Lisboa.
O abastecimento de energia, ainda mais premente devido às temperaturas negativas de inverno, “foi um dos principais enfoques da conferência que teve lugar em Paris, em dezembro, que estabeleceu que haverá um mecanismo específico de apoio à Ucrânia”, começando por ver quais as necessidades de recuperação de infraestruturas.
Mas também com o fornecimento de material, como por exemplo, “baterias, geradores e lâmpadas 'led' - mais de 50 milhões destas lâmpadas” - com o objetivo de reduzir as necessidades energéticas, referiu o ministro português.
“A capacidade da Rússia de fazer a guerra é hoje muito menor” do que no início da ofensiva contra a Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro de 2022, assegurou.
Em conferência de imprensa ao lado da homóloga alemã, Annalena Baerbock, o chefe da diplomacia portuguesa adiantou que, face a "mais crimes de guerra russos, haverá o apoio necessário para a Ucrânia resistir" às investidas de Moscovo.
Questionada sobre as perspetivas de paz na Ucrânia, Baerbock disse que a Rússia sabe, desde há 11 meses, quando invadiu o país vizinho no final de fevereiro, que “basta retirar militarmente” do território ucraniano.
Até agora, destacou a chefe da diplomacia alemã, a UE tem decidido e agido com união face à Rússia, mas qualquer sinal de desunião ou hesitação dará a Vladimir Putin, Presidente da Rússia, mais incentivo para continuar os seus ataques.
“Se não tivesse havido reação, seria o fim da carta das Nações Unidas”, afirmou a ministra alemã, que pediu empenho diplomático, além de ajuda económica, humanitária e militar.
“O fornecimento de armas tem a ver com a proteção das pessoas e a proteção da carta das Nações Unidas”, insistiu.