Faltam vagas para as crianças ucranianas, dos 0 aos 5 anos de idade, que chegam a Portugal com o estatuto de refugiadas.
Mas, apesar de não existirem vagas nas IPSS´s, já com a capacidade máxima permitida por lei, a presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, Susana Batista, entende que há solução e, neste contexto, enviou uma missiva ao Ministério da Segurança Social e ao Ministério da Educação com uma proposta que passa por integrar as crianças em creches e jardins de infância privados.
“Nós pensamos em contactar diretamente a Segurança Social e dizer que há muitos estabelecimentos privados, muitas creches privadas e jardins de infância privados que ainda têm vagas neste momento e, como tal, podem ajudar a integrar estas crianças ucranianas que chegam agora ao nosso país”, explica à Renascença.
Susana Batista diz que a associação a que preside pode “colaborar, por isso, é uma questão de realmente falarem connosco de uma forma centralizada, para tentar perceber onde é que há necessidades e conseguirmos também aqui dar o nosso apoio e integrar estas crianças dentro das creches privadas”.
A partir de setembro, as creches das IPSS´s e das misericórdias passam a ser gratuitas. De fora ficam as creches privadas, por isso, Susana Batista espera que nesta ajuda a estas crianças ucranianas, o Estado não ponha de parte o setor privado.
“Espero de uma vez por todas que o Estado esqueça esta ideologia. Enfim, a política não pode ser outra coisa, não se pode falar de outra coisa, e não pense que o ensino privado, as creches privadas não podem também contribuir para ajudar a população, para ajudar a integrar estas crianças e realmente contem connosco”, realça.
A associação lança mesmo um repto ao Governo a quem pede que faça “um acordo para conseguir realmente dar resposta a estas situações”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.