Dia Europeu do 112. Número de chamadas diminuiu na segunda quinzena de janeiro
11-02-2021 - 10:28
 • João Cunha , Marta Grosso , Anabela Góis (entrevista), com Lusa

António Táboas, médico do INEM e responsável dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes, diz que perto de 10% das chamadas são de queixas relacionadas com sintomas Covid.

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Já há menos pessoas a ligar para o número de emergência 112. “Verificamos uma queda de cerca de 200 a 300 chamadas” desde o dia 18 de janeiro, diz na Renascença o responsável dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes, conhecidos pela sigla CODU.

“As segundas-feiras são sempre o período em que há maior número de chamadas. Na segunda-feira dia 25, ainda foi um dia em que tivemos acima das quatro mil, mas toda a segunda quinzena de janeiro, a partir do dia 18, foi sempre um valor inferior a quatro mil chamadas, que era a média da primeira quinzena deste ano”, afirma.

Convidado do programa As Três da Manhã, António Taboas diz que, durante o ano de 2020 e “os últimos meses – sobretudo, nesta altura do Inverno” – muitas das chamadas são “relacionadas com a infeção por Covid-19: 10 a 12% das chamadas que recebemos diariamente com queixas relacionadas com os sintomas, nomeadamente as dificuldades respiratórias”.

Diz este médico do INEM que, comparando com o primeiro confinamento, em março/abril, não se verificou agora uma quebra grande nas chamadas para o 112.

“No primeiro confinamento verificou-se que, fruto de toda a paragem de toda a atividade comercial, industrial, as escolas, a quebra de chamadas foi mais significativa”, refere.

António Táboas comenta ainda a fila de ambulâncias verificada em janeiro junto aos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e Garcia de Orta, em Almada, dizendo que muitos desses veículos não tinham sido acionados pelo CODU.

“Muitas faziam o transporte entre unidades de saúde, algumas privadas”, ou transportavam “doentes que, por sua iniciativa, decidiam ir de ambulância ao hospital”.

De total transportado pelas ambulâncias que se acumularam junto aos hospitais, foi identificada “uma percentagem de 70% de doentes urgentes”, afirma.

Só 35% das chamadas para o 112 são reais

Nesta quinta-feira, a Polícia de Segurança Pública (PSP) assinala o Dia Europeu do 112 – o número de emergência que funciona a título gratuito em todos os Estados-membros da União Europeia.

Em Portugal, são atendidas entre 20.000 e 25.000 chamadas diárias. Mas, num total anual que ronda os 7.900.000 contactos, apenas 35% correspondem realmente a chamadas de emergência, diz a PSP em comunicado.

“As demais chamadas têm maioritariamente origem em contactos inadvertidos (‘pocket calls’), brincadeiras, testes à capacidade de resposta ou simples desconhecimento dos fins do serviço 112”, refere a PSP.

O serviço 112 compreende o Centro de Coordenação Nacional e quatro Centros Operacionais (Norte, Sul, Açores e Madeira), que integra a Direção Nacional da PSP.

Os Centros Operacionais garantem o atendimento a nível regional das chamadas 112, efetuando a triagem e encaminhamento para as forças de segurança, apoio médico, bombeiros, entre outros.

A PSP lembra as emergências para o 112 são as que envolvam pessoas em risco de vida/necessidade imediata de assistência médica, crimes a decorrer ou que acabaram de acontecer, incidentes graves (inundações, aluimentos, incêndios florestais, acidentes rodoviários graves ou que impliquem risco para a circulação) e a descoberta de crianças e seniores perdidos, nomeadamente aderentes aos programas da PSP “Estou Aqui Crianças” e “Estou Aqui Adultos”, para comunicar a sua localização e número da pulseira.

“Em qualquer outra situação o cidadão deverá contactar diretamente a esquadra ou corpo de bombeiros local”, é referido.

No que diz respeito ao contexto escolar, a PSP adianta que por intermédio do “Escola Segura”, desde 2017 até hoje, a polícia levou informação sobre o serviço 112 a cerca de 44.000 alunos e 1.200 professores e pessoal de apoio operacional, contribuindo para um melhor uso deste apoio em emergência.

“No sentido de contribuir para a inclusão de todos os cidadãos, o 112 possui também um serviço dedicado aos cidadãos surdos “MAI112” que conta já com centenas de utilizadores”, segundo a PSP.

Na nota, a polícia recorda também que a criação de um número de socorro em Portugal remonta a 13 de outubro de 1965, com a disponibilização do primeiro número nacional de socorro (115), cuja gestão coube desde logo à PSP e que se mantém até à atualidade.

Lembra igualmente que Portugal foi um dos primeiros países da Europa a disponibilizar aos seus cidadãos um serviço de acionamento de meios de emergência por intermédio de um contacto telefónico dedicado, curto e de fácil memorização.

Para assinalar a efeméride, a Associação Europeia do Número de Emergência (European Emergency Number Association – EENA112), lançou uma campanha de agradecimento aos serviços de emergência por todo o seu empenho e dedicação, à qual a PSP se junta.

Os cidadãos poderão aderir à campanha partilhando os conteúdos desta associação, usando os hashtags #112Day2021 e #thankyouchain e identificando a EENA e a PSP.