As alterações climáticas podem extinguir entre 25% e 50% das espécies vegetais e animais de ecossistemas importantes no mundo. São dados revelados num relatório publicado, na quarta-feira, na revista “Climatic Change”. O documento afirma que, se as emissões de dióxido de carbono não forem controladas, metade das espécies de animais e plantas de áreas naturais do mundo, como a Amazónia ou as ilhas Galápagos, correm o risco de desaparecer até 2080.
Animais como o tigre siberiano ou o rinoceronte-de-java estão entre os ameaçados de extinção.
"A nossa investigação quantificou os benefícios de limitar o aquecimento global a dois graus Celsius no que respeita a espécies de 35 das mais ricas áreas em vida selvagem do mundo. Estudamos 80 mil espécies de plantas, mamíferos, aves, repteis e anfíbios e descobrimos que 50% das espécies podiam perder-se nessas áreas sem uma política climática. No entanto, se o aquecimento global for limitado a dois graus acima dos níveis pré-industriais, a perda pode reduzir-se para 25%", disse a investigadora principal, Rachel Warren, do Centro Tyndall de Investigação das Alterações Climáticas, Universidade East Anglia.
Ainda segundo o relatório, as florestas de miombo, o maior bioma da África Austral e Central que abrange oito países (Angola e Moçambique incluídos), o sudoeste da Austrália e a Amazónia serão as áreas mais afetadas.
O estudo foi feito pelas universidades de East Anglia (Reino Unido), James Cook (Austrália) e pela organização não governamental internacional World Wide Fund for Nature (WWF).
Em geral, o estudo mostra que a melhor forma de proteger as espécies contra a extinção é manter a temperatura global o mais baixo possível.