O primeiro-ministro espanhol apelou este domingo aos catalães que fossem votar no dia 21 de Dezembro, para que se possa “restaurar a normalidade” na região.
“Queremos uma afluência às urnas em massa para dar início a uma nova era política de tranquilidade, normalidade, coexistência e respeito”, afirmou Mariano Rajoy na sua primeira visita a Barcelona desde que foi accionado o artigo 155º da Constituição.
As eleições foram marcadas por Madrid na sequência da declaração de independência da Catalunha e do referendo que lhe deu origem, com vista a eleger um novo parlamento regional.
“Precisamos de trazer a normalidade de volta à Catalunha para reduzir a tensão e parar com os prejuízos que a economia tem sofrido”, defendeu o chefe do Governo espanhol.
Apesar de a oposição inicial, os dois principais partidos pró-independência (PDeCAT, do deposto Carles Puigdemont, e ERC), já garantiram que irão participar. Contudo, não conseguiram chegar a um entendimento para concorrerem em conjunto, o que poderá prejudicar os resultados dos separatistas.
Mariano Rajoy deslocou-se à Catalunha para a apresentação de Xavier García Albiol como candidato do Partido Popular ao governo regional.
O Governo espanhol convocou eleições na Catalunha para 21 de dezembro, depois de ter decidido aplicar o artigo 155.º da Constituição, que suspende a autonomia da Catalunha. O executivo regional foi destituído e o parlamento regional dissolvido.
As decisões do executivo de Mariano Rajoy, apoiadas pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, aconteceram depois de a declaração de independência da Catalunha ter sido aprovada em 27 de outubro por 70 dos 135 deputados do parlamento catalão. A votação decorreu sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional.
Segundo uma sondagem publicada este domingo pelo “El País”, a maioria dos espanhóis, catalães incluídos, concordam com as eleições. Já quanto à maneira como Madrid lidou com a questão da independência gera divergências.
No sábado, 750 mil pessoas marcharam em Barcelona para apelar à libertação dos líderes separatistas.