A reunião da OPEP nada mudará de imediato no mercado petrolífero mundial. Desde logo porque a OPEP só abastece hoje 40% desse mercado. E porque há incerteza sobre quando o Irão retomará as suas exportações.
Mas a Arábia Saudita parece inclinada a desistir da sua estratégia recente: produzir muito, aumentando a sua quota de mercado e fazendo baixar o preço do petróleo - assim “pondo fora de combate” alguns concorrentes, como os produtores americanos de petróleo e gás de xisto, o crude extraído das areias betuminosas do Canadá e as plataformas no mar profundo do Brasil.
A estratégia saudita não deu os resultados esperados. O baixo preço do petróleo não liquidou um número significativo de concorrentes. E a Rússia, o maior exportador de petróleo fora da OPEP, produz tanto quanto é capaz.
Os sauditas dizem agora aceitar cortar a sua produção, para subir o preço, se os outros países, da OPEP e fora dela, fizerem o mesmo. Ora isto é improvável; a Rússia e o Irão já declararam recusar cortes. Conclusão: a OPEP e o seu líder, a Arábia Saudita, já não controlam o mercado petrolífero mundial.