As Comissões de Trabalhadores da TVI, RTP, SIC e Lusa apresentaram hoje "total e incondicional solidariedade" para com o repórter de imagem que foi agredido em Moreira de Cónegos, após o jogo entre o Moreirense e o FC Porto.
A Procuradoria-Geral da República instaurou um inquérito ao empresário de jogadores Pedro Pinho, suspeito das agressões.
"Em primeiro lugar, é necessário sublinhar que nada justifica ou ameniza este tipo de comportamentos, que assume especial gravidade pelo facto de ter sido protagonizado por um empresário ligado à modalidade: ou seja, um agente envolvido no mundo do desporto, que deve naturalmente pugnar por outro tipo de comportamentos e valores", afirmam, em comunicado.
"Queremos também exigir às autoridades que assumam uma postura clara de maior proteção aos jornalistas que estão a cumprir as suas funções profissionais, de forma a impedir atentados à liberdade de informação, como previsto no artigo 19.º do Estatuto do Jornalista", acrescentam.
As Comissões de Trabalhadores dizem esperar "que as entidades competentes analisem este caso que, recorde-se, constitui crime público".
"Infelizmente, pressões, ameaças físicas, insultos e agressões a jornalistas são uma realidade recorrente no contexto dos jogos de futebol em Portugal", pelo que "é imperativo acabar com este clima inaceitável de intimidação a profissionais da comunicação social, e recordamos que o exercício da liberdade de imprensa está consagrado na Constituição da República e na própria lei portuguesa", rematam.
Tiago Brandão Rodrigues disse esta terça-feira que a agressão ao repórter de imagem após o jogo entre o Moreirense e o FC Porto, da 29.ª jornada da I Liga de futebol, merece a mais "veemente condenação".
"O que aconteceu é altamente condenável, absolutamente reprovável e tem a nossa veemente condenação. Toda a violência o tem, seja ela física, verbal ou de outra natureza. Obviamente que a um jornalista toma outra figura: é um crime público, que deve ser punido em termos disciplinares e contraordenacionais, e, no plano da justiça, terá de haver uma atuação inequívoca para que nunca mais volte a acontecer algo desta natureza", disse o ministro da Educação.
Frisando que não estava a fazer um "julgamento antecipado", Tiago Brandão Rodrigues disse que este caso tem de ser alvo de uma atuação exemplar.
"É preciso entender quem era esta pessoa, porque é que ali estava e ser absolutamente taxativo nas consequências que têm de existir. A justiça terá de atuar inequivocamente e é isso que todos esperamos", sublinhou o titular da pasta da Educação.
O Ministério Público vai abrir um inquérito à agressão, confirmou esta terça-feira à Lusa fonte oficial da PGR.
Esta terça-feira, várias entidades, como a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o Sindicato dos Jornalistas (SJ), a Associação dos Jornalistas de Desporto (CNID), a Associação Nacional de Agentes de Futebol (ANAF) e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), juntamente com os clubes Sporting e Benfica, repudiaram a agressão.