O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) vai começar a realizar testes a utentes e trabalhadores de lares e outras instituições sociais em Trás-os-Montes. O serviço emerge de um protocolo com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e com a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste e será oficializado, esta quarta-feira, em Bragança.
Na assinatura do documento marcarão também presença o ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior e a ministra da Coesão Territorial, que aproveitarão para discutir diversos projetos em curso no IPB, na área do combate à Covid-19.
A realização de testes vai desenvolver-se em cooperação com a Unidade Local de Saúde do Nordeste, mediante um protocolo desenvolvido pelo Instituto de Medicina Molecular e certificado pelo INSA - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
De acordo com o IPB, “na realização destes testes” é seguido “o protocolo laboratorial desenhado pelo Instituto de Medicina Molecular (iMM)”. Este protocolo, explica a instituição de ensino superior, “baseia-se na metodologia desenvolvida pelo CDC “Center for Disease Control and Prevention (CDC) e foi certificado pelo INSA - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
IPB prevê vir a fazer 348 análises por dia
O Instituto Politécnico de Bragança e a ULS Nordeste estimam realizar de “imediato 174 análises por dia” e, numa segunda fase, apontam para “uma capacidade de 348 análises por dia”.
O teste de diagnóstico para coronavírus 2 (SARS-COV-2), implementado no IPB, é um ensaio de identificação do vírus em RT-qPCR (PCR em tempo real) e usa reagentes produzidos em Portugal, pela empresa de biotecnologia NZYTech, conforme as recomendações do iMM.
“Desta forma, fica ultrapassada a escassez de reagentes que existe no mercado internacional devido à elevada procura e que levou à inoperacionalidade de outros métodos de análise”, assinala o IPB em nota enviada à Renascença.
IPB adapta estutura para dar melhor resposta
Para o desenvolvimento destes testes o IPB adaptou uma parte significativa dos laboratórios do Centro de Investigação de Montanha, dedicando um dos pisos integralmente à realização desta atividade e concentrando aí diversos meios e equipamentos.
A instituição de ensino superior, com sede em Bragança, desenvolveu também uma aplicação informática que permite o registo e acompanhamento do processo de análise. “Após a chegada das amostras ao IPB, o protocolo laboratorial de análise tem uma duração aproximada de cinco horas”, adianta a instituição de ensino superior.
Para a realização destas análises foi criada uma equipa de mais de 30 pessoas, cientistas e técnicos, que “aceitaram trabalhar no projeto de forma voluntária”. De acordo com a informação enviada à Renascença, o IPB e a ULS Nordeste desenvolverão todas as fases do diagnóstico, incluindo a recolha de amostras.
O IPB constitui ainda uma equipa de várias de dezenas de voluntários, disponíveis para responder em situações de crise em residências de acolhimento de idosos e outras instituições sociais. Foram ainda disponibilizadas as residências de Estudantes do IPB para responder a eventuais situações de emergência que venham a ocorrer.