Se há cinco meses a Iniciativa Liberal apresentou na Assembleia da República 127 proposta de alteração ao Orçamento do Estado, e apenas 5 foram aprovadas, agora a estratégia mudou.
No encerramento das jornadas parlamentares que decorreram em Coimbra, João Cotrim Figueiredo anunciou que o partido vai apresentar cerca de uma dúzia de alterações.
"Não alinharemos no jogo deste PS de maioria absoluta, que de dialogante não tem nada. Por isso as propostas que apresentaremos, cerca de uma dúzia, e que o PS deve chumbar, são verdadeiramente reformistas, coisa que o PS não é e o PSD deixou de ser", anunciou o presidente do partido.
E uma dessas propostas, que foi rejeitada em maio e volta a estar em cima da mesa, é a taxa única de IRS para os primeiros cinco escalões. Questionado pelos jornalistas sobre a disponibilidade para negociar com o Governo algumas das ideias liberais, Cotrim Figueiredo diz não fugir ao diálogo, apesar de não acreditar que isso possa vir a acontecer.
Em matéria fiscal, a Iniciativa Liberal continua a apostar no desagravamento dos impostos. “Vai também haver proposta de eliminação da dupla tributação, redução de taxas, simplificação de procedimentos, principalmente dos que vivem do rendimento do trabalho, e, desta vez, vamos dar particular atenção a situações que ficam sempre nas franjas, como são o caso dos trabalhadores com profissões liberais", revelou João Cotrim Figueiredo.
Iniciativa Liberal vai apresentar reformas estruturais em quatro áreas
No encerramento das jornadas parlamentares, o presidente da iniciativa Liberal lançou um novo slogan, os "3 C's": o país "não Cresce, não Convence e não Cuida".
E para mostrar aos portugueses que a Iniciativa Liberal é a "única alternativa política no país", João Cotrim Figueiredo anunciou que o partido vai apresentar nos próximos tempos quatro reformas estruturais, a primeira na área da saúde.
"Uma reforma que introduza no nosso sistema de saúde, de forma efetiva, a liberdade de escolha dos doentes relativamente ao prestador de saúde a que querem concorrer, entre os setores social, o público e o privado. Para acabar de uma vez por todas com um sistema baseado exclusivamente no SNS", referiu o deputado liberal.
A Iniciativa Liberal também pretende apresentar reformas nas áreas da administração pública, da segurança social e na educação.
Para o ensino, os liberais vão apresentar propostas para todos os ciclos do "sistema educativo". João Cotrim Figueiredo defende que "é necessário garantir o acesso universal a creches, incluindo o setor privado e cooperativo".
Mas há mais: nos restantes ciclos, a IL aposta na autonomia das escolas para contratar professores e também no que diz respeito à avaliação de alunos e professores.
"Defendemos liberdade de escolha de famílias e alunos quanto à escola que pretendem frequentar, quer através de modelos de contratualização, de financiamento ou modelos mistos. Está na hora do futuro dos nossos jovens deixar de ser determinado em larga medida pelo código postal", concluiu o presidente da Iniciativa Liberal.