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As anunciadas ajudas às empresas ainda não chegaram. O presidente da CIP foi claro à saída do encontro com primeiro-ministro: as empresas não precisam de se endividar mais, precisam é de ajuda à liquidez. E dos milhares de milhões anunciados ainda não chegou anda.
"Lamentavelmente, têm sido anunciados apoios na ordem dos 13 mil milhões de euros, mas para as empresas zero. Até a este momento, para as empresas, zero de apoios. Obviamente, quanto mais o tempo passa, mais a situação é dramática", disse António Saraiva.
O patrão dos patrões referiu depois que as empresas "necessitam urgentemente de liquidez, de ajuda". "Há aqui atrasos que não se entendem. É preciso rapidez e eficácia. Foi isso que disse ao senhor primeiro-ministro", acrescentou.
António Saraiva manifestou-se muito preocupado com as previsões do FMI e com a recente entrevista do ministro das Finanças, Mário Centeno, que assumiu a recessão que o país vai viver.
O líder da CIP assume que há empresas que não vão continuar, mas que essa mudança também é necessária para a economia nacional.
“Há muitas atividades económicas que vão desaparecer, há outras que estão a emergir, há outras novas que vão surgir porque já antes desta crise o país caminhava para a digitalização. O futuro do trabalho, com todas as suas implicações, as novas profissões, as profissões que vão desaparecer, isso está à nossa espera, está a acontecer e a reformulação da economia portuguesa ter-se-á que fazer forçosamente”, acrescenta.
Após a reunião entre o Governo e as confederações patronais, António Saraiva referiu ainda que uma eventual retoma a partir de maio terá de ser "inteligente, fatiada e assimétrica, quer em termos regionais, quer em termos da população".
Também o presidente da Confederação do Turismo diz que o seu setor começa a preparar a reabertura e que é preciso criatividade.
“A ideia é ir abrindo com muita calma e muita segurança, inicialmente o comércio local. No que respeita ao turismo temos de ser criativos, estamos a estudar a situação. Na restauração, por exemplo, só ter uma parte da capacidade ocupada, se calhar não ter salas para pequenos almoços e fazer ‘room service’”, referiu Francisco Calheiros.