O Presidente eleito dos Estados Unidos diz, em entrevista à CBS News, que vai expulsar dois a três milhões de imigrantes sem documentos do país.
"O que vamos fazer é apanhar as que tenham registo criminal, os membros de gangues, os traficantes de droga. Provavelmente dois milhões, podem ser até três milhões, destas pessoas vão ser deportadas, ou presas", afirmou. "Vamos tirá-las do nosso país, estão cá ilegalmente", prometeu.
Depois de "segura a fronteira", o futuro líder norte-americano diz que "será tomada a decisão em relação aos outros imigrantes".
Na mesma entrevista ao “60 Minutes”, Donald Trump insistiu na construção do muro na fronteira com o México, mas admitiu que em algumas partes poderá ser apenas uma vedação.
Esta é a primeira grande entrevista desde a eleição. Trump reafirmou as posições que defendia desde o início da campanha eleitoral.
Depois da vitória de terça-feira, o Governo do México veio novamente garantir que não iria financiar a construção do muro, e o vice-presidente da equipa de transição da nova Presidência, o republicano Newt Gingrich, quando questionado sobre o tema, respondeu que o muro tinha sido "um grande instrumento de campanha".
Quanto ao processo contra Hillary Clinton, prometido durante a campanha, Trump disse agora: "Ainda vou pensar nisso".
Juízes contra o aborto, a favor das armas
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que vai nomear para o Supremo Tribunal juízes contra o aborto e favoráveis à posse de armas de fogo.
"Os juízes serão antiaborto" e serão "muito favoráveis à Segunda Emenda" da Constituição norte-americana, que garante o direito de cada cidadão dos Estados Unidos possuir uma arma de fogo, disse em entrevista ao programa 60 Minutos da cadeia de televisão CBS.
Donald Trump garantiu ainda que, tal como disse durante a campanha, vai mesmo renunciar ao salário anual de 400 mil dólares que recebe o Presidente dos EUA. "Não vou receber o salário. Não vou", disse na mesma entrevista. "Penso que, por lei, só tenho de receber um dólar, por isso receberei um dólar por ano", afirmou.
O futuro Presidente norte-americano comentou ainda os protestos contra a sua eleição que há cinco dias ocorrem em várias cidades do país. "Não tenham medo. Vamos restabelecer o nosso país", disse.
Donald vai deixar o Twitter?
Na conversa, que inclui segmentos com a mulher, Melanie, e os filhos, Trump revelou que ganhou 100 mil seguidores no sábado nas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram, e explicou por que razão usa tanto o Twitter, quando foi questionado se iria "continuar a disparar o que lhe passava pela cabeça" quando chegar à Casa Branca.
"Vou ser muito comedido, se o usar sequer", respondeu, referindo-se ao Twitter. No entanto, "é uma forma moderna de comunicação, não há nada que ter vergonha. Juntando o Twitter, o Facebook e o Instagram, tenho 28 milhões de pessoas, dá para passar a mensagem. Quando alguém escreve uma má história sobre mim, ou a história é imprecisa, tenho um meio de ripostar".
"O facto de [estas redes sociais] terem tanto poder ajudou-me a ganhar as corridas nas quais eles [a campanha democrata] gastaram mais dinheiro do que eu", disse ainda Trump.