O ataque a um dos principais assessores de Alexei Navalny, em Vilnius, foi obra dos serviços especiais russos, afirmaram na quinta-feira os serviços de contraespionagem lituanos. Na quarta-feira, o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, já tinha responsabilizado a Rússia pelo ataque contra Leonid Volkov.
Leonid Volkov, assessor do falecido líder da oposição russa, disse que ficou com um braço partido e sofreu ferimentos de martelo (cerca de 15 golpes) na perna, durante o ataque de terça-feira à noite, que ocorreu no exterior da sua casa em Vilnius.
Na quinta-feira, o Kremlin recusou-se a comentar o ataque, mas disse que as pessoas deviam respeitar e ouvir o Presidente russo Vladimir Putin e não ter medo dele, depois de o Presidente da Lituânia ter dito que "aqui ninguém tem medo (de Putin)".
"Parece que se trata de um trabalho dos serviços especiais russos", afirmou Darius Jauniskis, diretor do Departamento de Segurança do Estado da Lituânia, aos jornalistas, sem dizer em que se baseia essa avaliação. "Precisamos de prestar mais atenção à segurança da oposição russa (sediada na Lituânia)", acrescentou.
A agência disse anteriormente que o ataque foi provavelmente levado a cabo para impedir que a oposição russa influencie as eleições presidenciais russas de 15 a 17 de março, nas quais se espera que Putin prolongue o seu governo de 24 anos por mais seis.
"Vemos que (os serviços secretos russos) estão a visar muito seriamente esta região e a empreender ações. Vemos atividade (de recrutamento) nos três países bálticos", disse Jauniskis na quinta-feira.
A Lituânia, que é membro da NATO e da União Europeia, tornou-se uma base para figuras da oposição russa e bielorrussa, e o próprio Volkov culpou Putin pelo ataque de terça-feira. Antes do ataque, tinha afirmado à Reuters que os líderes do movimento de Navalny no exílio temiam pelas suas vidas.
Navalny, o mais proeminente crítico de Putin, morreu no mês passado numa prisão no Ártico. As autoridades russas dizem que morreu de causas naturais. Os seus seguidores acreditam que foi morto pelas autoridades, o que o Kremlin nega.