A Procuradoria Geral da República (PGR) emitiu, esta segunda-feira, uma nota informativa na qual esclarece que "no âmbito de um inquérito da secção distrital do DIAP do Porto, foi determinada a realização de 14 buscas domiciliárias e dez não domiciliárias, quatro das quais a sociedades desportivas".
A PGR não especifica quais os clubes visados, mas avança que a operação, denominada Operação Mala Ciao, "investiga a prática de factos suscetíveis de integrar os crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e oferta ou recebimento indevido de vantagem".
As buscas têm lugar nas comarcas de Viana do Castelo, Braga, Bragança, Porto, Porto Este, Lisboa e Setúbal e são efetuadas pela Polícia Judiciária, sob direção do Ministério Público.
Além de buscas às instalações do Benfica, do Desportivo das Aves, do Paços de Ferreira e do Vitória de Setúbal, a PJ fez também buscas a outros agentes desportivos. Em causa está o alegado pagamento a terceiros para vencerem jogos.
A prática é conhecida como "jogo da mala" e é punida criminalmente, com uma pena que pode ir aos cinco anos de prisão. A nível desportivo, o Regulamento Disciplinar da Liga determina que essa conduta é proibida. O artigo 84 prevê punição com sanção de multa de montante a fixar entre 12.750 euros e 25.500 euros. No entanto, a Liga pretende agravar a pena.
Em assembleia geral, realizada a 13 de junho, os clubes decidiram que o "jogo da mala" passará a prever a subtração de três a cinco pontos para os clubes envolvidos.