O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, defende que o Supremo Tribunal de Justiça deve ser “lesto” nas averiguações sobre o primeiro-ministro e concluir o inquérito a António Costa até às eleições.
“Eu creio que nós temos o direito de pedir ao Supremo Tribunal de Justiça que seja lesto na realização do inquérito”, considerou, assinalando que o inquérito “já corre no dia 17 de outubro e, portanto, de 17 de outubro e até 10 de março vão praticamente cinco meses”.
Para Santos Silva, este tempo parece ser “mais que suficiente para que o inquérito seja concluído e as pessoas, o conjunto dos portugueses, saibam da única fonte de que deve saber - que é a justiça - o que é que realmente se passou”.
Em entrevista à RTP3, Augusto Santos Silva classificou de “cinismo” os argumentos do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.
“Nós já vimos declarações, por exemplo, do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público a dizer que a decisão não foi do Ministério Público. A decisão de demissão do primeiro-ministro foi do próprio primeiro-ministro e não foi do Ministério Público”, exemplifica, rematando que “são o tipo de respostas cínicas. Não vale a pena perder tempo com elas”.
Lembrando que “o presidente da Câmara Municipal de Sines, que foi detido e passou seis noites num calabouço, quando a Constituição diz que há 48 horas para o apresentar um juiz e se presume que o interrogatório é imediato, mas não esteve seis dias detido, saiu sem ser indiciado absolutamente de nada e ainda ninguém lhe pediu desculpa”, Augusto Santos Silva pediu-lhe desculpa nesta entrevista.
“Peço eu porque eu sou presidente da Assembleia da República”, explicou.
O deputado socialista e atual presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, manifestou ainda apoio à candidatura de José Luís Carneiro à liderança do PS, considerando que preserva melhor a autonomia estratégica deste partido.
Na visão de Augusto Santos Silva, o atual ministro da Administração Interna é o que dá mais garantias de “preservar a autonomia estratégica do PS” e o que “melhor representa o espaço político deste partido” no centro-esquerda, de moderação, europeísta e de defesa da Aliança Atlântica.