Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda (BE), disse este domingo que o partido quer “derrotar a direita” e “garantir condições” na habitação, na saúde, na educação e nos salários.
“Se o partido socialista deixou o país num pântano, a direita só vai cavar mais fundo esse pântano, com mais políticas contra os serviços públicos, com mais políticas de promiscuidade entre o público e privado, com a entrega do que resta e é nosso ao privado”, disse a coordenadora do BE, na conferência de imprensa que decorreu em Lisboa, no final da mesa nacional do partido.
Questionada sobre as eleições internas no PS, a líder do Bloco de Esquerda criticou o discurso dos dois candidatos socialistas – Pedro Nuno Santos e José Luis Carneiro –, que, perante a atual “crise social”, defendem uma “boa herança da maioria absoluta”.
"Essa é a garantia de mais crise, de mais instabilidade e no limite é também nessa instabilidade que a extrema-direita cresce”, disse. E acrescentou: “O que vejo é esses candidatos a assumirem toda a herança do PS, como se se tratasse de uma simples sucessão, como se o país não estivesse mergulhado numa crise social à qual é preciso dar resposta”.
Segundo Mariana Mortágua, o BE quer ter “uma palavra a dizer no pós-eleições, que determine as políticas que irão para a frente em Portugal.
“O caminho do pós-eleições é um caminho que ou é capaz de dizer a alguém, que agora não consegue encontrar uma casa, que vai poder encontrá-la; ou é um caminho que vai dizer aos médicos que estão a abandonar o SNS que têm condições para ali ficar; ou é um caminho que diz às pessoas que estão a receber o salário mínimo que têm um horizonte de futuro; ou então não é caminho nenhum", defendeu.
E acrescentou: “Dizer às pessoas que o caminho da estabilidade é o mesmo PS da maioria absoluta que trouxe uma crise política e social ao país é enganar as pessoas”.
O Bloco de Esquerda vai apresentar em dezembro os candidatos às próximas legislativas e, segundo Mariana Mortágua, “as principais propostas já são conhecidas”.