O secretário-geral da Fenprof duvida que esteja tudo preparado para uma abertura sem problemas do ano escolar e letivo, considerando que o ministro da Educação “tem uma visão idílica" quando diz que vai decorrer com "normalidade".
Mário Nogueira alerta que “não basta abrir as portas das escolas, mas sim saber em que condições vão abrir”.
“Estamos a um dia útil do começo do ano escolar, altura de apresentação dos professores, alunos, reuniões, etc. A apresentação de alunos deverá ser em meados de setembro. Se perguntarmos se as portas das escolas vão abrir na segunda-feira é muito simples: vai lá alguém e abre a porta, o problema está em que condições”, diz à agência Lusa.
Mário Nogueira lembra que este ano ainda não foram colocados 20 mil professores da mobilidade interna, que no ano passado deu muita confusão e contestação, e a nível do pessoal não docente, as escolas continuam a ter um défice de assistentes operacionais.
“Há também ainda problemas de organização do ano. Por exemplo o ministério comprometeu-se a fazer publicar esclarecimentos diversos sobre os espaços e organização do ano letivo e não o fez. Temos também dois diplomas muito importantes que saíram durante o mês de julho, um decreto-lei sobre a inclusão escolar que veio alterar de forma significativa a resposta aos alunos com necessidades educativas especiais, que tem suscitado dúvidas nas escolas”, disse.
Mário Nogueira chamou também a atenção para as escolas em obras e para a retirada de amianto que deveria ter sido feito durante as férias e não foi.
“Se o ministro diz que as condições estão criadas e está a referir-se ao trabalho dos professores e das escolas, isso está feito, mas há problemas cuja resolução é da competência do ministério”, diz.
“O ano escolar vai arrancar com este problema de instabilidade das escolas. Por outro lado, há ainda o problema dos docentes em relação ao congelamento de carreiras… Vamos ver o que vai acontecer”, afirma.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse na quarta-feira à rádio TSF que “tudo está preparado para que o ano letivo comece com normalidade de tranquilidade”, recordando alturas em que os anos letivos não começavam em setembro.