Entrar nos paióis do Exército em Tancos "era tão fácil, tão fácil”, que qualquer pessoa pode ter roubado o material de guerra que desapareceu no final de Junho.
Quem o diz é uma fonte militar ligada à investigação do caso, em declarações ao jornal “Diário de Notícias”, que publica a notícia esta quinta-feira.
Segundo a fonte, os militares destacados para as rondas não tinham treino específico para essa missão "e iam para os paióis descansar".
Ao contrário do que acontece na Força Aérea – onde as bases estão a cargo dos militares de uma mesma especialidade (a Polícia Aérea) – no Exército, são militares de outras áreas que fazem as rondas de segurança, segundo outra fonte citada pelo jornal.
Em Tancos, onde estão sediadas duas dezenas de paióis e paiolins numa área de cerca de 350 mil metros quadrados, a segurança deveria ser garantida por um pelotão de cerca de 30 soldados, mas era feita por uma dezena de militares destacados.
Além disso, refere o DN, não havia qualquer controlo dos trabalhadores civis que lá tivessem de ir prestar serviço (por exemplo, substituir parte das vedações). “Não são suspeitos, mas se quisessem tinham levado" o que lhes apetecesse sem que alguém notasse, afirma uma das fontes anónimas citadas.
As vulnerabilidades na segurança são, por isso, tão grandes que não será com mais soldados ou viaturas que serão colmatadas, assumem as mesmas fontes militares.
O furto de material de guerra dos Paióis Nacionais de Tancos (granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros) ocorreu no final de Junho e foi detectado durante uma patrulha de rotina.
Na sequência deste incidente, demitiram-se dois generais e foram exonerados cinco comandantes. As responsabilidades continuam por apurar.