O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, afirmou, este domingo, , na Missa de Páscoa a que presidiu na catedral madeirense, que a celebração da ressurreição de Jesus abre um “novo horizonte de vida” a um mundo “velho”, marcado por sinais de morte.
“Foi precisamente este mundo velho que, há dias, foi surpreendido por uma paragem repentina. A efervescência económica, feita de viagens, de trocas, de comunicações; o orgulho dominador; a ditadura das velharias (não raras vezes repintadas de novidade), de repente, viu-se obrigada a parar. O contador quase que foi colocado a zero”, assinalou, numa celebração à porta fechada, com transmissão nos meios de comunicação social.
D. Nuno Brás destacou que o relato da ressurreição nos Evangelhos não escondeu os “sinais da morte” de Jesus, para abrir caminho a uma nova realidade.
“Páscoa é o acontecimento vivido por aquele que percebe Jesus ressuscitado a passar por si e pela sua vida, na força do Espírito” apontou.
Esta vida da fé, observou o responsável católico, contrapõe-se ao egoísmo e à ilusão de que “cada um é um pequeno deus, dono da vida e da morte”.
“Vemos estes sinais de morte, vazios, sem conteúdo, abandonados no chão, derrotados por um pequeno vírus”, advertiu.
O bispo do Funchal considerou que mundo que vai surgir, “quando toda esta paragem terminar”, não será ainda “o mundo novo de Jesus ressuscitado”.
“O mundo que irá surgir desta crise será sempre uma oportunidade oferecida à liberdade humana para se converter e se deixar construir e reconstruir por Deus à semelhança do Verbo que se fez carne e habitou no meio de nós”, rematou.