O líder da ala política do Hamas avisa que o grupo não renunciará às suas exigências de um cessar-fogo "permanente" e à retirada "completa" das tropas israelitas da Faixa de Gaza para chegar a um acordo de paz.
"Continuamos empenhados nas nossas exigências", sublinhou Ismail Haniyeh, num discurso proferido no Dia de Jerusalém, no qual apelou ao regresso de "todas as pessoas deslocadas", à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e ao fim do "bloqueio".
Citado pela Al-Jazeera, o dirigente do Hamas disse que está também a tentar chegar a um acordo "honroso" para a troca de reféns por prisioneiros.
As palavras de Haniyeh surgem um dia depois de o Governo israelita ter anunciado que apresentou uma nova proposta.
Terça-feira, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou que uma delegação de representantes dos serviços secretos e do exército tinha deixado o Cairo após uma "ronda intensa de negociações" em que foi formulada "uma proposta atualizada para o Hamas".
Israel apela a uma "ação enérgica" dos mediadores para avançar, apesar de as recentes tentativas de diálogo terem fracassado.
As partes não conseguiram chegar a um novo acordo como o que facilitou a libertação de reféns do Hamas em novembro, em troca da libertação de prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas.
A 7 de outubro de 2023, comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza levaram a cabo um ataque no sul de Israel que causou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Segundo Israel, cerca de 250 pessoas foram raptadas e 130 delas continuam reféns em Gaza, havendo informações de que 34 deles terão morrido.
Em represália, Israel estabeleceu como objetivo a destruição do Hamas e lançou uma campanha de intensos bombardeamentos aéreos na Faixa de Gaza, seguida de uma ofensiva terrestre.
Pelo menos 32.975 pessoas, na sua maioria civis, foram mortas nas operações israelitas, segundo os dados mais recentes divulgados hoje pelo Ministério da Saúde do Hamas através de um comunicado.
No documento, o Hamas refere que, nas últimas 24 horas, foram registadas mais 59 mortes e sublinha que 75.577 pessoas ficaram feridas em quase seis meses de guerra.