O Governo e os parceiros sociais dão início, esta terça-feira, à discussão sobre o aumento do salário mínimo para o próximo ano, com as centrais sindicais a exigirem um valor superior a 600 euros.
Na reunião, marcada para as 15h30 no Conselho Económico e Social (CES) em Lisboa, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, irá ainda apresentar o décimo relatório de acompanhamento do acordo sobre a retribuição mínima.
Segundo o último relatório, em março havia 764,2 mil trabalhadores a receberem o salário mínimo (580 euros), um aumento de 4,2% face ao mesmo período do ano anterior. Pela primeira vez, não se verificou um aumento da percentagem de trabalhadores abrangidos, que se manteve em 22,9% em março.
Para o próximo ano, a UGT exige um aumento de 6% do salário mínimo para 615 euros, enquanto a CGTP insiste em 650 euros.
Do lado das confederações patronais, o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, admitiu, em junho, vir a propor um valor de salário mínimo superior a 600 euros, remetendo a discussão para o último trimestre do ano.
"Iremos, nós, confederações patronais, surpreender a sociedade portuguesa na próxima discussão do salário mínimo, porque provavelmente teremos algumas surpresas daquilo que é o entendimento do valor do salário mínimo e daquilo que desejamos que venha a ser o salário mínimo", disse António Saraiva, em entrevista à Antena 1 e ao “Jornal de Negócios”.
O Governo tem manifestado abertura para acolher propostas de atualização dos parceiros, sublinhando, porém, que o único compromisso assumido é de que o valor chegará aos 600 euros em 2019, tal como está expresso no programa do executivo.