“É uma calamidade o que estamos a viver neste momento”, diz à Renascença o vice-presidente da Câmara de Gavião. É a segunda vez que o fogo entra na freguesia de Belver e já quase não há área florestal.
“90% da freguesia já ardeu”, avança António Severino nesta sexta-feira de manhã. Há três semanas arderam quase cinco mil hectares, agora já lá vão perto de dois mil.
O fogo chegou de Mação na quinta-feira à tarde e ameaçou povoações, mas não foi necessário deslocar pessoas, refere o autarca.
A luta contra as chamas fez-se durante toda a noite, mas o fogo ainda não deu tréguas. Dois bombeiros acabaram por ficar com ferimentos ligeiros. No terreno estão agora mais de 200 operacionais, apoiados por 67 viaturas.
António Severino diz que “os terrenos são muito difíceis” e lamenta por isso que os meios aéreos não tenham intervindo logo neste incêndio. “Foram muito poucos”, diz. “E depois o fogo progrediu com uma intensidade muito grande”.
Ainda assim, o vice-presidente de Gavião acredita que as chamas possam ficar dominadas ainda esta manhã.
Mais de 700 operacionais em Mação
São 722 os operacionais que continuam no terreno a combater as chamas que consomem floresta no concelho de Mação, distrito de Santarém. Estão a ser apoiados por 220 veículos.
Este incêndio lavra com muita violência desde quarta-feira de madrugada, sendo um dos que deflagrou durante a noite (meia-noite).
Na quinta-feira à tarde, a autoestrada da Beira Interior (A23) teve de ser novamente encerrada ao trânsito, tendo sido reaberta esta sexta-feira, entre o nó de Mouriscas e o nó de Mação.
Todas as outras estradas que tinham sido cortadas parcial ou totalmente devido a incêndios foram reabertas pela meia-noite e meia, avançou a GNR à agência Lusa.
Esta madrugada, foi dominado o incêndio que começou na quinta-feira em Resende, distrito de Santarém e que deflagrou em Vila Verde pelas 3h00 de quinta-feira. Foi dado como dominado às 3h27 desta sexta-feira.