O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, nega qualquer responsabilidade na concessão de créditos ruinosos quando foi administrador na Caixa Geral de Depósitos (CGD).
“As concessões em que eu participei não geraram perdas para a Caixa”, afirmou Carlos Costa em entrevista à SIC Notícias.
“O crédito em que eu estive envolvido [ao empresário Manuel Fino] foi reembolsando em 2009. Nos 25 grandes créditos que geraram perdas para a Caixa e imparidades eu não participei na decisão do Conselho Alargado de Crédito”, garante o governador do Banco de Portugal.
Carlos Costa argumenta que é falso que "tenha participado em qualquer operação ruinosa", sublinhando que "uma não se realizou, uma foi reembolsada e outra não teve a ver com a discussão de princípio que teve lugar quando eu estive na Caixa".
Nesta entrevista à SIC Notícias, o governador do Banco de Portugal considera que não há qualquer razão para se demitir ou ser exonerado.
"Mas se alguém consegue demonstrar o contrário os procedimentos estão previstos no tratado do sistema europeu de bancos centrais e pode acioná-los. Terei todo o gosto de demonstrar a falsidade que resulta dessa argumentação", declarou Carlos Costa.
"Todos os agentes têm todo o direito de pôr em causa o meu trabalho e eu estou disponível pra demonstrar em sede própria com a proteção que resultado dos estatutos do sistema europeu de bancos centrais", frisou.
Carlos Costa garante que sempre agiu "de boa-fé", não tem qualquer "problema de consciência" e sublinha que a auditoria independente à Caixa prova isso.
"Não estou cansado. Quando se é independente e se age de forma independente tem que se estar preparado para desagradar a gregos e troianos. Ao fim deste tempo todo conseguimos um feito enorme, que não conseguiram os gregos e outros, que foi evitar que houvesse uma perda de confiança no sistema bancário”, congratulou-se o governador, numa entrevista em que voltou a rejeitar qualquer responsabilidade pelo atraso na identificação dos problemas no Banco Espírito Santo (BES).