Nas legislativas deste domingo, um partido sem representação parlamentar ficou a pouco mais de 500 votos de eleger um deputado. Não, não foi o ADN.
O Juntos Pelo Povo, liderado pelo cabeça de lista no Funchal, Filipe Sousa, ficou a apenas 518 votos, ou 0,35%, de conseguir um mandato na Madeira e tornar-se na décima força política na nova legislatura. No resto do país, o partido teve pouco mais de quatro mil votos.
De acordo com os dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o JPP subiu a sua votação na Madeira dos 8.722 votos (7,03%) para os 14.344 votos (9.58%), mas falhou o objetivo de eleger deputados.
No círculo da Madeira, a coligação PSD/CDS-PP elegeu três deputados, o PS dois e o Chega um. Nas últimas eleições legislativas, em 2022, foram eleitos pela região três deputados do PSD e três do PS.
A Renascença fez as contas com o Método d’Hondt e concluiu que o último deputado a ser eleito nas legislativas deste ano foi o 2.º do PS da lista da Madeira, por uma fração de 14.862 votos, o que significa que, se o JPP tivesse pouco mais de 500, ganharia este último representante.
Em comparação, o ADN, que conseguiu mais de 100 mil votos no país este domingo, o mais perto que ficou do Parlamento foi no Porto, mas a distância foi superior a quatro mil votos (0,4%). Em Lisboa, o ADN ficou a 5.312 votos do Parlamento (também 0,4%).
O movimento do JPP, que surgiu como movimento de cidadãos na freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, ganhou expressão regional ao vencer por três vezes a câmara municipal com maioria absoluta e tem vindo a crescer também em legislativas e regionais.
Em 2015, elegeu cinco deputados à Assembleia Legislativa da Madeira, onde atualmente mantém cinco representantes, do total de 47 que compõem o parlamento regional.