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A variante Ómicron já é a responsável por quase todos os casos de Covid-19 no Médio Tejo.
É o que revela à Renascença o diretor do serviço de patologia clínica do Centro Hospitalar que abrange Abrantes, Tomar e Torres Novas. A manter-se este ritmo, daqui a poucos dias, todos os casos de Covid serão desta variante, diz Carlos Cortes.
“A variante Ómicron está a ter uma atividade muito mais rápida do que as outras variantes. É muito mais contagiosa e muito rapidamente, do meu ponto de vista, com este nível de disseminação que está a ter, julgo que até ao final do ano, início do ano ocupará todo o espaço da pandemia e não teremos mais casos com a variante Delta”, explica.
Apesar da rapidez com que se propaga, os efeitos, a nível da gravidade da doença, parecem ser contidos, sublinha o especialista. Carlos Cortes refere que têm “muitos casos de Ómicron, nomeadamente na urgência e nos doentes externos”, mas apenas um internamento.
“Tivemos um caso, que já teve alta, que esteve nos cuidados intensivos, mas tirando esse caso de variantes Ómicron, não tivemos mais nenhuma situação de internamento”, detalha.
Ainda assim, Carlos Cortes reconhece que os serviços hospitalares estão sob pressão, uma situação que, diz, já seria expectável.
“Mas esta pressão sob os serviços de saúde não pode constituir uma surpresa para ninguém, porque esta pressão acontece todos os anos nesta época. Era perfeitamente previsível. Tem havido muitas infeções respiratórias, tem havido muitos casos de doentes que descompensam a sua situação patológica nesta altura de inverno, numa altura de mais frio”, remata.
Portugal regista esta quarta-feira 26.867 novos casos de Covid-19 e atinge um novo máximo desde o início da pandemia, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Nas últimas 24 horas morreram 12 pessoas com o novo coronavírus.
O anterior "recorde" diário de casos de Covid-19 era de ontem, com mais de 17 mil infeções. A ministra da Saúde admite que podem ser atingidos os 37 mil casos a 7 de janeiro.
Nos hospitais portugueses há agora 971 pessoas internadas com Covid-19, no conjunto das enfermarias e unidades de cuidados intensivos. São mais 35 doentes em comparação com o dia anterior.
Analisando apenas a situação nos cuidados intensivos, há menos uma pessoa internada, num total de 151 pacientes mais graves.
Lisboa e Vale do Tejo (LVT) volta a ser a região do país mais afetada, com quase 12 mil infeções no espaço de um dia e cinco mortes por Covid-19.
O Governo não vai anunciar novas medidas de contenção ou restrições por causa da pandemia antes da avaliação dos especialistas, que terá lugar no dia 5 de janeiro.
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve esta quarta-feira na conferência de imprensa do Conselho de Ministros e explicou que apesar dos números altos de novos casos, é preciso tempo para avaliar o que já foi aprovado no passado dia 23 de dezembro.