A frase do deputado Jorge Costa arrancou aplausos na convenção do Bloco de Esquerda, este domingo. O bloquista tratou de diferenciar o que é partido e o que deve ser o apoio parlamentar ao Governo socialista.
“O que estamos exactamente a fazer? Para onde vai o Bloco? Já muitos o disseram. Não é uma coligação e não é um acordo de Governo. Os 10% que tivemos nas eleições não foram para dar ministros nossos a um Governo alheio e a um programa alheio. Não somos o CDS do PS”, garantiu.
O deputado afirmou ainda que o objectivo do partido é cumprir o mandato, assumindo-se como o garante de alternativa às políticas do Governo.
“Em cada desistência do actual Governo socialista tem ficado sempre clara a diferença e a nossa alternativa: negociação e conflito. Compromisso do Bloco: assumimos um mandato e queremos cumpri-lo por inteiro”, afirmou.
Para os críticos internos, Jorge Costa deixou claro que as moções alternativas à da lista liderada por Catarina Martins não defendem os interesses do Bloco. O deputado apontou em concreto a Moção R, que acusa a actual direcção do partido de falta de participação das bases.
“O problema é que a vossa política foi dizer uma coisa que não se percebe desde que possa soar bem. E é assim, disfarçada, sobre os acordos, a relação com o PS, sobre o que fazer quanto á queda do Governo, é assim disfarçada que a Moção R pretende pedir um cheque em branco. E isso, camaradas, é que é a ‘convenção o silêncio’”, condenou.
A convenção do Bloco de Esquerda decorre desde sábado no pavilhão desportivo do Casal Vistoso, em Lisboa, e termina este domingo.