O prazo para concluir o inquérito da “Operação Marquês” terminou na segunda-feira, defendem os advogados de José Sócrates.
Em conferência de imprensa, João Araújo e Pedro Dellile alegaram que os 180 dias concedidos em Setembro pela procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, ao Ministério Público (MP) chegaram ao fim.
“E assim, pedimos hoje à Procuradoria-Geral da República que nos seja enviado esse despacho de encerramento. Por isto tudo, a partir das 24h00 de ontem, são ilegais os actos de investigação praticados a coberto do processo de inquérito”, declarou João Araújo.
O advogado João Araújo garantiu aos jornalistas que, no interrogatório de segunda-feira, José Sócrates não foi confrontado com qualquer escuta a interferir na Caixa Geral de Depósitos.
Em relação a uma alegada lista de pessoas beneficiadas com luvas no processo PT, a defesa de Sócrates garante que pediu o documento ao MP e "foi-nos dito que não há lista nenhuma".
“A lista que era o ás de trunfo do Ministério Público não apareceu. Nem o ás, nem o rei, nem o Marques só duques”, sustenta João Araújo, para quem “o processo termina como começou: sem factos nem provas”.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates foi interrogado na segunda-feira. O principal arguido da "Operação Marquês" está indiciado por corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
Questionados os advogados sobre o que pretendem fazer caso na sexta-feira forem confrontados com a acusação de José Sócrates, Pedro Delille explicou que irão fazer uma reclamação do acto da PGR para o juiz de instrução, neste caso Carlos Alexandre, se o inquérito não for "encerrado já".
"Entendemos que a atividade do MP no inquérito, quando viola direitos fundamentais, é sujeita ao controlo do juiz de instrução, considerando que a decisão da procuradora é ilegal está viciada e deve ser corrigida", concluiu.