A comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP, Paula Peneda, admitiu hoje que o atendimento na esquadra do Infante, no Porto, poderá fechar novamente "se houver necessidade", após uma reunião com o ministro da Administração Interna.
"Se houver necessidade, será feito", disse hoje a responsável da PSP em resposta a uma pergunta acerca de um possível novo encerramento parcial ao atendimento da esquadra do Infante, no Porto.
No domingo, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara do Porto reagiu ao edital publicado naquela esquadra da baixa do Porto, no qual se lê que "por imperativos de ordem operacional o serviço de atendimento ao público está suspenso até às 16:00".
"Fui completamente surpreendido. Aliás, hoje falei com o comandante [da Polícia Municipal do Porto] Leitão da Silva e tive o cuidado de lhe perguntar se ele sabia de alguma coisa e ele [respondeu que] não sabia de nada. É uma situação que me preocupa muito", disse no domingo o autarca.
Hoje, após se reunir no Comando Metropolitano do Porto com o ministro José Luís Carneiro e a secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, Paula Peneda esclareceu que "os carros de patrulha mantêm-se a funcionar" na esquadra.
"Foi exatamente por isso que tivemos de reajustar o horário de atendimento, para manter os carros patrulha daquela esquadra a funcionar, e os meios não estão a ser geridos pelas esquadras, são geridos pelo Comando Metropolitano, e portanto são geridos como um todo", detalhou.
Sobre a suspensão temporária do atendimento, a comandante do PSP afirmou que o reajustamento dos horários ocorre "há já bastante tempo".
"É uma esquadra que causa algum impacto, mas como o senhor ministro acabou de dizer, nós temos cerca de sete queixas por dia, é isso que recebemos na esquadra, o que dá cerca de duas queixas por turnos de oito horas", disse Paula Peneda aos jornalistas.
No seu entender, "o impacto que gera não é real", pelo baixo número de queixas.
José Luís Carneiro disse, no final da reunião de hoje, que Paula Peneda "tomou a decisão de manter o patrulhamento", classificando-a como "uma boa decisão, dado que, como se vê, os números assim o justificam e assim o fundamentam".
"É uma prática já com alguns anos, não é nada de novo. Foi novo na esquadra do Infante, mas nas outras esquadras não é nada de novo, pelo menos há mais de cinco anos que essa experiência se desenvolve", completou, comparando o funcionamento às das escalas das farmácias.
De manhã, em Lisboa, o ministro já tinha dito que a esquadra da PSP na baixa do Porto suspendeu temporariamente o atendimento e esta decisão de "ajustamento do horário" de funcionamento "não é a primeira vez que acontece" no país.
Por sua vez, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse hoje na reunião do executivo que o encerramento do serviço demonstra "grande insensibilidade" e vai contribuir para "um sentimento de insegurança e abandono" da população.
José Luís Carneiro e Rui Moreira reúnem-se ainda hoje nos Paços do Concelho, em que "será abordada a questão do policiamento da cidade do Porto", segundo nota da autarquia.
Já o PSD vai apresentar um requerimento para a audição do ministro, anunciou hoje o vice-presidente do partido Paulo Cunha, que acusou o Governo de "falta de humildade" e "insensibilidade".