O Presidente da República reiterou esta sexta-feira que deseja evitar uma crise política criada por um chumbo do Orçamento de Estado porque “só juntaria um problema” à pandemia da covid-19 e à subida dos preços dos combustíveis.
“Eu desejava e desejo, esperava e espero, que o orçamento passe, não tanto por questões de pormenor, mas porque olho para o mundo, olho para a Europa, vejo que a recuperação está a começar, vejo que a pandemia está em muitos casos, aqui mesmo [no Reino Unido], a voltar, vejo que a situação se está a agravar, vejo que os preços da energia estão a subir. Vejo, portanto, muitos problemas no horizonte”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em Londres, após uma visita, no museu Tate Britain, à exposição retrospetiva das obras da artista portuguesa Paula Rego, que encerra no domingo. .
O chefe de Estado acrescentou de seguida: “Uma crise política que só juntaria mais um problema aos problemas que temos e por isso desejava e desejo, esperava e espero que seja possível ter um orçamento”.
"Não é por acaso que na nossa história política não há muitos casos de um orçamento chumbado”, enfatizou.
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se convicto de que no início da próxima semana já será possível saber se os partidos chegaram a um entendimento com o Governo para deixar passar o Orçamento de Estado, que vai a votação na Assembleia da República na quarta-feira.
O Presidente afirmou que não pretende voltar a chamar os partidos, e que tem acompanhado “à distância” os contactos as reuniões partidárias para desbloquear a situação.
"Esse é o momento de um diálogo entre partidos e partidos e Governo. O Presidente da República agora aguarda para ver o epílogo desses contactos e ver o sentido da votação”, vincou.