Greve na CP. Dos 255 comboios programados apenas circularam 140
07-06-2021 - 06:55
 • Renascença

É o segundo dia de protesto. Mesmo com serviços mínimos decretados é de contar com muitos comboios suprimidos.

Prossegue a greve dos trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP. Pelo segundo dia consecutivo são esperadas muitas supressões, apesar dos serviços mínimos decretados.

Das 255 comboios programados até às 8h00, apenas circularam 140 (126 dos serviços minímos e 14 adicionais).

Estes trabalhadores iniciaram no domingo uma greve nacional de três dias, até terça-feira, que a empresa admite que possa causar "fortes perturbações" na circulação de comboios a nível nacional.

Segundo a CP, quem já tiver bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderá solicitar o reembolso do valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos.

A paralisação foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) e protesta contra a proposta de regulamento de carreiras e reclamando aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa.

Para esta greve foram decretados serviços mínimos que abrangem a realização de cerca de 25% de comboios.

O SFRCI aponta a greve nacional como a "última forma de luta" face à "recusa de diálogo e à inoperância, há vários meses, na resolução dos problemas dos trabalhadores por parte do Conselho de Administração da CP".

Os trabalhadores protestam contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela CP, que dizem prever "um aumento da polivalência de funções" e a "junção e extinção de categorias profissionais", considerando que tal "vai pôr em causa postos de trabalho presentes e futuros".

Reclamam ainda a "melhoria do salário base, que atualmente está no limiar do salário mínimo nacional", e a "reposição das perdas salariais sofridas pelos ferroviários operacionais que foram contagiados pela pandemia provocada pela covid-19, bem como pelos que tiveram de cumprir confinamento profilático por estarem em contacto com colegas infetados".

O SFRCI acusa também a CP de "violação do acordo de empresa em vigor" e exige a "aplicação do acordo assinado com o Ministério das Infraestruturas em 2018, relativo à certificação do agente de acompanhamento".


[notícia atualizada às 9h00]