A detenção de Manuel Pinho apanhou João Paulo Batalha de surpresa.
Em declarações à Renascença, o antigo presidente da Associação Transparência e Integridade evita fazer uma ligação direta entre a fuga de João Rendeiro e a detenção, esta terça-feira, do antigo ministro da Economia.
“Acho natural nós relacionarmos as coisas, até porque acontecem no mesmo horizonte temporal”, declara João Paulo Batalha, ao mesmo tempo que exprime surpresa, “porque é uma investigação que se arrasta há bastantes anos, mas isto sinaliza que há dados novos e que a investigação está prosseguir e esses dados novos obrigam os investigadores e o Ministério Público a reavaliar os riscos de fuga de dois arguidos que não têm residência em Portugal e a continuação da atividade criminosa”.
O antigo presidente da secção portuguesa da Transparência e Integridade considera “positivo” que as investigações estejam a prosseguir.
“Se isso significar que estamos mais perto do fim das investigações e de uma eventual acusação, ainda mais positivo é, porque estamos a assistir a esta investigação há muito tempo e é util para o bom funcionamento da justiça que essas coisas avancem”, acrescenta.
Perigo de fuga encarado mais a sério
Na opinião de João Paulo Batalha, o embaraço motivado pela fuga de João Rendeiro faz com que o perigo de fuga tenha sido considerado como uma hipótese séria pela justiça portuguesa no caso de Manuel Pinho.
Em causa, diz, “os dados que têm sido adicionados à investigação” que demonstram “de uma forma mais clara, o catálogo de crimes de que Manuel Pinho é suspeito e, portanto, dá uma noção mais clara da gravidade da conduta e, por outro lado, o facto de ele ser residente nos EUA torna mais necessário avaliar estes riscos de fuga”.