A comissão de inquérito da TAP vai ter sala uma “secreta” para consultar documentos. Porquê?
A resposta é simples, mas também inesperada, sobretudo na era em que vivemos, em que o que mais temos é tecnologia - mas é isso mesmo: a Assembleia da República não dispõe de software certificado para consulta de documentos classificados.
Mas estamos a falar de uma grande quantidade de documentos?
Não. São 20 entidades que terão de enviar os documentos. Para além da transportadora aérea portuguesa, entre as entidades que têm documentos ainda a enviar estão a Comissão Europeia e duas sociedades de advogados.
O que se procura nessa vasta documentação?
Avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da empresa em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Esta comissão tem 90 dias para apresentar resultados.
E quando começa?
A comissão quer audições já na próxima semana e começar com a CEO Crhistine Widener, o gestor financeiro da TAP Gonçalo Pires, ainda o inspetor geral de finanças António Ferreira dos Santos e o presidente da CMVM. E, claro, a mulher de quem se fala neste negócio: Alexandra Reis. São as seis prioritárias, mas, ao todo, vão ser ouvidas 60 personalidades.
E com nomes sonantes, claro...
Entre eles estão os antigos donos da empresa como David Neelman, João Galamba, Fernando Medina, Mário Centeno, João Leão e Margrethe Vestager, comissária europeia da concorrência. Mas há também elementos dos governos de Passos Coelho, como Pires de Lima, antigo ministro da Economia, e Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado das Infraestruturas.