A historiadora de arte Emília Ferreira foi reconduzida no cargo de diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa, na sequência de concurso público internacional, anunciou a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
O procedimento concursal engloba o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado e a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, também em Lisboa, tendo a comissão de serviço da diretora reconduzida iniciado a 1 de março, segundo um comunicado.
O concurso para a direção do museu abriu, a par de outros, em junho de 2020, tendo o júri sofrido uma alteração, em agosto do ano passado.
A DGPC tem vindo a anunciar, em várias fases, o resultado dos concursos públicos internacionais para o preenchimento de cargos de direção nos museus, monumentos e palácios nacionais.
Maria Emília de Oliveira Ferreira, nascida em Lisboa, em 1963, era diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado e da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves desde dezembro de 2017.
A historiadora de arte é também docente universitária, conferencista, curadora, educadora pela arte, programadora, organizadora de eventos científicos, e autora de ficção.
Como diretora dos dois museus, integrou o grupo de projeto Museus no Futuro, tendo sido, em junho de 2019, eleita representante dos diretores dos museus nacionais e, em janeiro de 2020, foi eleita vice-presidente do Conselho de Museus, sendo ainda representante da Academia Europeia de Museus em Portugal.
Emília Ferreira é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mestre e doutora em História da Arte Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa.
Curadora de exposições de artes plásticas desde 1998, colabora com o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian desde 1997.
Foi membro da equipa da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, de abril de 2000 a novembro de 2017, como programadora, investigadora, curadora e educadora, assumindo a curadoria e organização de perto de uma centena de exposições, com mais de cem textos escritos, entre ensaios, biografias e entrevistas.
Comissariou várias dezenas de exposições, nomeadamente no Museu de Pontevedra, em Espanha, no Museu Arpad Szenes -Vieira da Silva e no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, em Lisboa, e tem publicadas três dezenas de livros, entre eles "Paula Rego. Rehearsal. Um ensaio sobre o Amor” (2019) e "Lisboa em Festa: A Exposição Retrospetiva de Arte Ornamental Portuguesa e Espanhola. Antecedentes de um Museu" (2017).
Para o público infantil, é autora, entre outros, com Cristina Gameiro, dos 10 volumes sobre Arte Moderna e Contemporânea, "A minha primeira coleção", da editora A Bela e o Monstro (2014).
Estão ainda a decorrer concursos para as direções do Museu Nacional da Música, em Lisboa, e para o Mosteiro de Alcobaça.
A realização de concursos para as direções dos equipamentos culturais da DGPC - pela primeira vez com dimensão internacional - enquadra-se no novo regime jurídico de autonomia de gestão, e tem estado a decorrer em três fases.
Em setembro de 2020, a DGPC tinha indicado à Lusa que os concursos, lançados em maio e junho desse ano, receberam um total de 146 candidaturas, entre as quais 32 de cidadãos estrangeiros, a maior parte de Espanha e Brasil.
Depois da fase de receção de candidaturas, seguiram-se a seleção legalmente definidas para este tipo de procedimento concursal, nomeadamente a avaliação dos candidatos por júris.
Quando o novo regime jurídico de autonomia de gestão dos museus entrou em vigor, em junho de 2019, mais de metade dos diretores dos museus e monumentos da DGPC ficaram em regime de substituição, a aguardar concurso.
No quadro do novo regime, os diretores passam a ser recrutados através de concursos públicos, entre candidatos com vínculo ou sem vínculo à administração pública, em Portugal ou no estrangeiro, para comissões de serviço de três anos, com a limitação máxima de dez anos.