Bilhetes de autocarro mais caros? Para já, não. É a conclusão a tirar das declarações prestadas à Renascença pelo presidente da Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), Cabaço Martins.
O responsável diz que só vê como solução o apoio do governo face ao aumento do preço do gasóleo.
O gasóleo representa mais de 30% dos custos operacionais das empresas de autocarros e, de acordo com a associação, a sucessão de subidas de preço tem-se revelado “asfixiante”.
“Não nos passa pela cabeça que o governo não tome uma medida concreta”, diz Cabaço Martins, sublinhando que essa ajuda foi prometida no Orçamento de Estado. O Governo aprovou a atribuição do gasóleo profissional a estas empresas, uma medida aplaudida pela ANTROP, que proporcionaria o combustível a um preço mais barato.
O gasóleo profissional ainda não está em vigor, mas o Governo ofereceu às empresas de autocarros um apoio de 10 cêntimos no ano passado e entre janeiro e julho deste ano.
“Não admitimos outra solução”
Quando questionado o que prevê caso a ajuda do Governo não se concretize, Cabaço Martins afirmou a associação não admite outra solução. O presidente da ANTROP apela ao Governo que apoie financeiramente as empresas de autocarros, no mínimo com um valor equivalente ao gasóleo profissional até ao final do ano, e que o gasóleo profissional entre em vigor a partir de janeiro de 2024.
Estas empresas estão sem ajuda desde julho, o que tem impactado negativamente a sua sustentabilidade de negócio.
A Renascença questionou o Ministério das Finanças quando é que o gasóleo profissional ou outros apoios entrariam em vigor, mas ainda não obteve resposta.
Esta não é a primeira vez que a ANTROP expressa as suas preocupações face ao aumento do preço dos combustíveis, preocupações essas partilhadas com os taxistas. Enquanto a ANTROP defende que o apoio do governo é a única possibilidade, o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários (ANTRAL) acredita noutra solução. Em declarações à Renascença, Florêncio de Almeida partilha que a redução de 23% para 6% do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) seria uma medida iria "beneficiar toda a gente".