CDS. Discurso de Marcelo "quebrou ilusão do país das maravilhas" de Costa
05-10-2021 - 16:47
 • Renascença com Lusa

Francisco Rodrigues dos Santos destaca "urgência de uma mudança de ciclo" no Governo.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou, esta terça-feira, que o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do 5 de Outubro "quebrou a ilusão do país das maravilhas" do primeiro-ministro.

"O senhor Presidente da República, no discurso que proferiu pela ocasião do 5 de Outubro, quebrou a ilusão do país das maravilhas de António Costa, mostrou-se pessimista quanto à capacidade política deste Governo e apelou à urgência de uma mudança de ciclo", afirmou o líder do CDS-PP, em conferência de imprensa.

Segundo Rodrigues dos Santos, Marcelo realçou "pontos críticos que o CDS há muito tempo vem chamando a atenção". Entre eles, a ocasião do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) "poder configurar-se uma oportunidade perdida na recuperação económica" do país.

"O PRR não pode ser monopólio do PS nem do Governo, não pode apenas estar exclusivo à fruição do próprio Estado e deve virar-se para a economia real, as empresas e as famílias", defendeu.

Combater pobreza e desigualdades


O presidente do CDS salientou, ainda, "a preocupação" do Presidente da República "com a pobreza e as desigualdades", defendendo que estas "não se combatem apenas com Estado".

"É necessário que haja criação de riqueza para que ela possa ser distribuída e para isso é preciso investimento e uma aposta significativa nos ventiladores da nossa economia, que são os nossos empresários", sustentou.

Para isso, "é fundamental que em Portugal haja um clima que diga fundamentalmente o seguinte: trabalhar tem de ser suficiente para as famílias fugirem da situação de pobreza".

O Presidente da República pediu, esta terça-feira, que se faça do 5 de Outubro uma data viva, com um Portugal mais inclusivo e que entre a tempo no "novo ciclo da criação de riqueza", aproveitando os fundos europeus.

Marcelo Rebelo de Sousa discursava na cerimónia comemorativa do 111.º aniversário da Implantação da República, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa.

"Queremos um 5 de Outubro data viva, então criemos um Portugal mais inclusivo, até porque o Portugal que somos nunca vencerá os desafios da entrada a tempo no novo ciclo económico e da multiplicação do conhecimento com dois milhões de pobres e alguns mais em risco de pobreza", declarou o chefe de Estado.

Chegar a horas ao novo ciclo económico


O Presidente da República apelou para que "Portugal por uma vez entre a tempo".

"Isto é, nos primeiros, e não no meio e menos ainda nos últimos, num novo ciclo económico do clima, energia, digital, ciência, tecnologia e renovado tecido produtivo. E dispondo de meios de financiamento adicionais, a serem usados com rigor, eficácia e transparência", referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa advertiu que, "desta vez, falhar a entrada a tempo é perder, sem apelo nem agravo, uma oportunidade que pode não voltar mais".

O Presidente da República acrescentou que, "superada a pandemia" de Covid-19, Portugal tem "nos anos próximos uma ocasião única e irrepetível de reconstruir destinos, de refazer esperanças, de renovar sonhos".