Há décadas, a opção sensata para ter casa era alugá-la. Depois, a adesão ao euro baixou os juros do crédito. Entretanto, as hesitações dos governos em resolver o problema das rendas antigas (congeladas em Lisboa e Porto por Salazar e em todo o país pelo governo de Vasco Gonçalves, em 1974) travaram o mercado de aluguer.
Recentemente, após um curto período durante o qual o arrendamento para habitação esboçou uma recuperação, o surto turístico, por um lado, e, por outro, o regresso do crédito bancário à compra de casa, com taxas baixíssimas, praticamente liquidaram o mercado de arrendamento habitacional.
O “Jornal de Negócios” indica que quase não existem casas para alugar em regime de longa duração – os proprietários preferem alugueres de curta duração a turistas. As poucas casas disponíveis para habitar pedem rendas, em média, 40% superiores às praticadas há poucos anos.
Parece que o Governo prepara normas obrigando a reservar, em certos casos, habitações para arrendamento a longo prazo. Faz bem, até porque, se os juros estão hoje baixos, ninguém sabe como estarão eles daqui a anos.