Depois de um fim de semana com falta de médicos em muitos hospitais, a ministra da Saúde marcou para esta segunda-feira várias reuniões de emergência com responsáveis do setor.
Quem se vai encontrar com Marta Temido?
A ministra vai reunir-se com responsáveis da Autoridade de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), clínicos e Ordem dos Médicos. Os encontros vão começar nesta segunda-feira de manhã, devendo o Governo falar à comunicação social ao final da tarde.
Além disso, Marta Temido vai ser ouvida no Parlamento com caráter de urgência.
Mas o que está na origem deste problema em concreto? Porque é que este fim de semana prolongado acabou por gerar esta situação de rutura?
A situação ganhou maior visibilidade depois de, na madrugada de quarta para quinta-feira (de dia 8 para 9) um bebé ter morrido no hospital das Caldas da Rainha, onde as urgências de obstetrícia se encontravam encerradas.
A mulher ainda terá sido submetida a uma cesariana de urgência, mas a criança acabou por morrer. O caso está a ser investigado pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
Na sequência deste caso, começou a perceber-se que o problema da falta de médicos em vários serviços de urgência era generalizado a diversos hospitais, sendo a ginecologia e obstetrícia um dos serviços mais afetados.
É só na Grande Lisboa?
Não. Ao longo do fim de semana, houve sucessivos hospitais da Área Metropolitana de Lisboa a anunciar constrangimentos, mas também os hospitais de Braga, Santarém e Algarve, entre outros, anunciaram encerramentos temporários em obstetrícia – e, também em cirurgia, ortopedia e pediatria.
Há alguma razão especial para que tenhamos chegado a esta gravidade?
Pelo que se percebe, há médicos que meteram dias de descanso ou baixas. O próprio Presidente da República, ao ser questionado sobre o assunto, disse que teve origem na fadiga provocada pela pandemia nos últimos dois anos.
Haverá também outros médicos de baixa por estarem infetados com Covid-19, o que impossibilitou em muitos casos realização das escalas de urgência. Mas Marcelo Rebelo de Sousa também salientou a importância de prevenir para o futuro.