Na sua mais recente comunicação ao país, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, volta a pedir a retirada das tropas russas da central nuclear de Zaporíjia e garante que a ocupação russa coloca a Europa a um passo de um desastre nuclear.
“Quero assegurar a todos os ucranianos que estamos a fazer tudo para evitar um cenário de emergência, mas isso não depende só do nosso Estado. É preciso pressão internacional para forçar os ocupantes a saírem imediatamente do território da central nuclear de Zaporíjia, refere Zelenskiy.
O Presidente ucraniano alega que “por cada minuto de permanência dos militares russos na central é um risco de desastre de radiação global”.
A central nuclear de Zaporíjia, controlada pelas tropas russas, foi desligada da rede ucraniana, esta quinta-feira, segundo fontes oficiais.
De acordo com a Agência Nuclear da Ucrânia, o problema terá sido causado por incêndios que danificaram linhas elétricas na zona de Zaporíjia.
Na mesma comunicação ao país, Volodomyr Zelenskiy disse que foi devido à eletricidade de reserva que a central conseguiu operar com segurança.
“Se os geradores a diesel não tivessem ligado, se as máquinas e o pessoal da nossa central não tivessem reagido após o corte de energia, então, já teríamos sido forçados a ultrapassar as consequências de um acidente com radiação”, advertiu.
Na sequência do incidente, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) veio lembrar que “ter um fornecimento seguro de energia fora da rede é essencial para garantir a segurança nuclear".
Espera-se para breve uma visita dos peritos da Agência Internacional de Energia Atómica à central de Zaporíjia.
O diretor-geral da (AIEA), Rafael Grossi, já anunciou que a inspeção poderá ocorrer “nos próximos dias”. A Rússia promete colaborar. O Ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, garantiu ao seu homólogo francês, Sébastien Lecornu, que a Rússia prestará a assistência necessária à AIEA para a realização da visita.