Abre ao público, às 12h30 desta quinta-feira, a 91.ª edição da Feira do Livro de Lisboa. É a segunda maior edição da história deste evento que vai reunir, até 12 de setembro, no Parque Eduardo VII, 131 expositores, distribuídos por 325 pavilhões.
Com uma lotação máxima de 5.500 pessoas, a Feira do Livro não exige certificado de vacinação ou teste negativo, mas pede, tal como no ano passado, que o visitante use máscara e desinfete as mãos.
Em entrevista à Renascença, Pedro Sobral, o vice-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), fala num clima de confiança que justifica a maior adesão de editores e autores à edição deste ano.
“A feira do ano passado, que foi a primeira num contexto de pandemia, resultou em zero casos de contágio”, refere Pedro Sobral. Este ano, a lotação diária do evento foi aumentada. “Passou de 3.300 pessoas para 5.500 pessoas”, afirma.
Num segundo ano difícil para o setor do livro, a expetativa é grande quanto à feira. Para facilitar a participação este ano, tal como no ano passado, a APEL deu “condições excecionais de inscrição aos seus associados”, sublinha Pedro Sobral. O vice-presidente da APEL refere que houve “70% de desconto na taxa de inscrição” a que se somou, também, um apoio da Câmara de Lisboa.
Nas bancas vão estar centenas de novidades literárias à espera dos leitores e outros livros nem sempre disponíveis em livrarias. Mas o visitante terá regras a cumprir. Além do uso de máscara e desinfeção das mãos terá de manter o distanciamento social. No plano de contingência apresentado pela APEL à Direção-Geral da Saúde (DGS), editores e livreiros “tinham previsto a não existência de atividades que pudessem criar ajuntamentos ou situações de risco”, explica ainda Sobral.
Nesta entrevista de antecipação da Feira do Livro, o vice-presidente da APEL lamenta que devido à pandemia a feira tenha menos o clima de “festa do livro”, mas destaca que haverá no entanto lançamento de livros e sessões de autógrafos, entre outras iniciativas.
“A APEL criou três auditórios com uma capacidade máxima de 25%, ao ar livre, com as distâncias de segurança requeridas e onde todos os editores poderão fazer algumas apresentações e debates”, conta Pedro Sobral.
Tal como no ano passado, também haverá um número reduzido de espaços de restauração, com algumas restrições, e não haverá lugares sentados nas praças.
Portugal com baixos níveis de literacia
Pedro Sobral recorda que Portugal mantém baixos níveis de literacia e que para muitos, no atual contexto socioeconómico, o acesso ao livro nem sempre é fácil. “Vivemos num país onde os índices de leitura são muito baixos”, refere o responsável dos editores e livreiros, que acrescenta que “perante a profunda crise que vivemos o problema da aquisição de livros tornou-se ainda mais uma barreira”.
Sobre o preço dos livros, Pedro Sobral afirma: “para os editores achamos que há um pouco o mito de que o livro é caro. Não achamos que o é, mas entendemos que num período de crise profunda como o que vivemos, possa ser uma situação complicada”.
Para facilitar o acesso ao livro, a feira vai manter a campanha de doação de livros que só no ano passado reuniu cerca de 20 mil livros para o Banco de Bens Doados. Também repetidas são ações de desconto como a “Hora H”, ou iniciativas de programação infantil, os clubes de leitura e as leituras encenadas.
A inauguração oficial com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o autarca de Lisboa, Fernando Medina, está marcada para 17h00, mas o público já vai encontrar os expositores abertos a partir das 12h30.
A Feira vai estar aberta de segunda a quinta-feira das 12h30 às 22h00; às sexta-feira até às 00h00; ao sábado das 11h00 às 00h00 e ao domingo entre as 11h00 e as 22h00.