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O primeiro-ministro mantém “total confiança política” no ministro da Segurança Social, Vieira da Silva. António Costa comentou esta quinta-feira, pela primeira vez, o caso Raríssimas.
“[Tenho] Inequívoca e total confiança política no ministro Vieira da Silva, um ministro com muita experiência, com muita capacidade, que em todos os domínios e em todos os momentos em que exerceu a sua actividade governativa demonstrou sempre grande capacidade de ser um grande governante", declarou o primeiro-ministro, à margem da reunião do Conselho Europeu.
"Não é o facto de, enquanto vice-presidente da assembleia-geral, há anos atrás, de ter participado nesta instituição que vê de alguma forma maculada esta sua actividade”, sublinhou.
O ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, vai ao Parlamento na segunda-feira, às 15h30, para dar explicações sobre o caso Raríssimas, confirmou a Renascença.
Para António Costa, é importante não confundir o caso das alegadas irregularidades com o papel importante da Raríssimas no apoio a crianças com deficiências e doenças raras.
“Não podemos confundir dúvidas ou acusações que agora surgem sobre a má gestão de responsáveis da instituição com a excelência do trabalho que a instituição tem desenvolvido, ao longo de anos, no apoio a crianças e a pessoas que sofrem de graves doenças”., declarou.
“Estou seguro que é uma surpresa para o conjunto da sociedade portuguesa os factos que agora vieram a lume. Estamos a falar de uma instituição muito prestigiada, respeitada, que mereceu sempre a confiança de toda a gente e não podemos confundir erros cometidos, eventualmente, por alguém que assumia a sua gestão com a importância do trabalho desenvolvido e que tem de ser absolutamente continuado”, sublinhou o chefe do Governo.
Uma reportagem emitida pela TVI no sábado denunciou o alegado uso, pela presidente, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras, a Raríssimas, para fins pessoais.
Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
Paula Brito e Costa e Manuel Delgado anunciaram na terça-feira que se demitiam dos respectivos cargos.
Esta quinta-feira, os trabalhadores da Raríssimas avisaram que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direcção idónea para permitir o funcionamento. O Presidente da República revelou, depois, que o Governo já "mandou uma equipa para garantir o funcionamento da Raríssimas".
Na quarta-feira, elementos da Inspecção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social estiveram na Associação Raríssimas para dar início à inspecção na instituição.