O Presidente da República anteviu hoje que as pensões podem subir no próximo ano mais de 10%, e pesar dois mil milhões de euros no Orçamento de 2023, mas alertou que não será um efeito "para ficar para sempre".
À margem da sessão de encerramento da conferência "Dez anos do Conselho das Finanças Públicas", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações do primeiro-ministro que assegurou hoje que o Governo vai cumprir a lei e em 2023 haverá um "aumento histórico" do valor das pensões, por efeito conjugado da drástica subida da inflação e do elevado crescimento económico registado este ano.
O chefe de Estado admitiu que, sendo aplicada a fórmula de atualização das pensões previstas na lei, "vai haver um ajustamento de pensões e reformas nunca visto".
"Será porventura superior a 10%, equivale a ter mais um mês de pensões e reformas", disse.
No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa alertou que as previsões económicas para 2023 indiciam que este será apenas um efeito passageiro.
"Se olharmos para evolução previsível para 2023, em que o crescimento cai e em que a inflação se espera que caia também, aí vira-se ao contrário (...) O que estamos a falar é de em 2023, pela aplicação de uma lei que já existe, haver uma subida histórica das reformas, pode ser mais de dois mil milhões de euros, mas não quer dizer que seja para ficar para sempre, depende da evolução nos anos seguintes do crescimento e da inflação", avisou.