"Rússia está a ficar sem munições. E certamente sem amigos", dizem secretas britânicas
11-10-2022 - 09:34
 • Renascença

Os ataques aéreos de segunda-feira a várias cidades ucranianas fizeram 19 mortos e mais de 100 feridos.

O diretor dos serviços secretos britânicos - Government Communications Headquarters (conhecidos pela sigla GCHQ) - acredita que as forças russas estão “exaustas” e com falta de munições.

Em entrevista à BBC, Jeremy Fleming descreveu a situação como “desesperada”.

“Acreditamos que a Rússia está a ficar sem munições. Está certamente a ficar sem amigos”, avançou o diretor dos GCHQ, acrescentando. “Conseguimos ver o desespero a vários níveis dentro da sociedade russa e do aparelho militar russo. A Rússia e os comandantes russos estão preocupados.”

Apesar deste quadro, alertou que não se deve esperar qualquer tipo de benevolência da parte da Rússia.

“A Rússia, como vimos nos horríveis ataques de segunda-feira, ainda tem uma máquina militar muito capaz. Consegue lançar armas, tem grandes, grandes abastecimentos e experiência. Também ainda tem muita presença na Ucrânia”, afirmou.

Quanto à possibilidade de Moscovo vir a utilizar armas nucleares, o responsável disse que os serviços secretos esperam ter indicações disso antes que isso aconteça. “Mas vamos ser muito claros em relação a isso, se estão a considerar isso, isso seria uma catástrofe.”

Os ataques aéreos de segunda-feira a várias cidades ucranianas, que fizeram 19 mortos e mais de 100 feridos - terão custado entre 412 a 721 milhões de euros a Moscovo, segundo estimativas da Forbes.

De acordo com o Ministério da Defesa, o exército russo lançou 83 mísseis sobre a Ucrânia, dois dias depois de uma explosão ter danificado a ponte de Kerch que liga a Rússia à Crimeia, uma infraestrutura estratégica e símbolo da anexação desta península ucraniana pela Rússia.

Como consequência destes ataques, que provocaram falhas de energias, quase 900 mineiros ficaram presos em quatro minas na cidade natal do presidente ucraniano, mas a maioria dos trabalhadores das minas foi libertada desde então. Continuam ainda presos no subsolo 98 pessoas.