Os líderes da NATO declararam hoje a Rússia como a "maior e mais direta ameaça" à paz e segurança dos países da Aliança Atlântica, no final da primeira sessão de trabalho da cimeira de Madrid.
"Continuamos a enfrentar ameaças distintas, de todas as direções estratégicas. A Federação Russa é a maior e mais direta ameaça à segurança, paz e estabilidade dos aliados [na NATO] na região euro-atlântica", lê-se na Declaração da Cimeira de Madrid.
O texto, subscrito pelos 30 chefes de Estado e de Governo da Organização do tratado do Atlântico Norte, garante a continuidade do apoio à Ucrânia, na sequência da invasão russa.
“Continuaremos e intensificaremos ainda mais o apoio político e prático ao nosso parceiro próximo, a Ucrânia, enquanto continua a defender sua soberania e integridade territorial contra a agressão russa. Em conjunto com a Ucrânia, decidimos um pacote de apoio reforçado.”
A declaração que sai da Cimeira de Madrid também faz uma referência à China e a preocupações levantadas pelo Governo de Pequim.
“Somos confrontados por ameaças cibernéticas, espaciais e híbridas e outras assimétricas, e pelo uso malicioso de tecnologias emergentes e disruptivas. Enfrentamos a concorrência sistémica daqueles, incluindo a República Popular da China, que desafiam nossos interesses, segurança e valores e buscam minar a ordem internacional baseada em regras”, destaca a declaração conjunta.
“A instabilidade além de nossas fronteiras também está contribuindo para a migração irregular e o tráfico de pessoas”, sublinha a NATO.
Zelenskiy pede mais ajuda à NATO
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, reafirmou hoje o seu pedido aos países da NATO, reunidos em cimeira em Madrid, para que forneçam artilharia moderna e apoio financeiro para a Ucrânia enfrentar a invasão russa.
"Para quebrarmos a preponderância da artilharia russa, uma vantagem significativa, precisamos de muitos mais destes sistemas modernos, artilharia moderna", disse Zelenskiy aos líderes da NATO, numa intervenção por videoconferência.
Zelensky disse que o apoio financeiro à Ucrânia "é tão importante como a ajuda em armamento" tendo em conta o seu elevado défice, enquanto Moscovo beneficia das receitas das suas exportações de petróleo e gás.
Nesse sentido, reforçou o apelo para sanções mais fortes contra Moscovo, justificando que isso "acabaria com a sua capacidade de pagar pela guerra", que iniciou em 24 de fevereiro.